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Como a pandemia fez nascer uma empresa de locação de máquinas para o agro

Com três anos de vida, equipamentos da RZK Rental colheram 60 mil hectares na safra 2023/24 e vão gerar receita de R$ 300 milhões

Alexandre Inacio

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O ano era 2021. Consequência da pandemia de covid-19, os fabricantes de semicondutores reduziram drasticamente sua produção, trazendo consequências para montadoras de todos os portes, que apenas agora, três anos mais tarde, começam a ser superadas.

Assim como as montadoras de veículos, as fabricantes de tratores e colheitadeiras apresentavam dificuldades em atender os pedidos de seus clientes. As máquinas de grande porte, que exigiam maior potência, eram as mais impactadas pela falta de componentes eletrônicos.

No fim da safra 2021/22, a Primavera Máquinas, concessionária John Deere pertencente ao Grupo RZK, recebeu um pedido de seis tratores de 600 cavalos para o plantio do ciclo seguinte. Diante da incapacidade de atender o cliente, a loja propôs uma alternativa pouco ortodoxa: locar um conjunto de dez máquinas de 400 cavalos cada.

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Colheitadeira de algodão da RZK Rental, avaliada em mais de R$ 7 milhões (Foto: Divulgação)

O primeiro ano (2021) do projeto piloto da concessionária gerou uma receita de R$ 25 milhões e envolveu um conjunto de 20 máquinas agrícolas. Em 2022, a disponibilidade de equipamentos aumentou para 45 ativos, com faturamento de R$ 35 milhões.

A ideia começou a ser descoberta por outros clientes, Assim, no ano passado, o que era um piloto se transformou em um negócio com vida própria. Em janeiro de 2023, o Grupo RZK inaugurou a RZK Rental, seu braço de locação de máquinas e equipamentos agrícolas, com aporte de R$ 500 milhões para aquisição de ativos.

“Mais do que simplesmente locar os equipamentos, passamos a cuidar da operação em si. Em 2023, partimos de uma atuação regional para atender clientes em outras parte do Brasil. Hoje, somos uma monomarca John Deere e conseguimos oferecer máquinas da mais alta tecnologia, com dois a três anos de idade”, disse Eduardo Martinatti, COO da RZK Rental, ao IM Business.

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Eduardo Martinatti, COO da RZK Rental (Foto: Divulgação)

Segundo o executivo, uma das estratégias da RZK Rental é implementar o conceito de asset light dentro do parque de máquinas dos clientes. A meta é fazer com que os equipamentos alugados produzam mais e melhor do que os já adquiridos pelos produtores.

Em seu primeiro ano de vida independente, a RZK Rental alcançou uma receita de R$ 138 milhões, quase quatro vezes mais do que em 2022. As máquinas alugadas pela empresa trabalharam no plantio de 230 mil hectares e na colheita de 60 mil nesta última safra.

Para 2024, a expectativa é chegar a R$ 300 milhões em faturamento com o aluguel dos equipamentos agrícolas. “O mercado de locação de máquinas agrícolas é tão grande quanto o automotivo. Nos Estados Unidos, é uma tendência forte e o potencial é enorme”, diz Martinatti.

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Entre os 23 clientes ativos da empresa estão os maiores grupos agrícolas do Brasil, como SLC Agrícola (SLCE3), Amaggi e Bom Futuro. Porém, o caminho de crescimento não se restringe ao segmento de grãos. A RZK Rental mantém o olhar para a demanda que surge das usinas de cana, florestas plantadas, citrus e pecuária.

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