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Como a LIVE! quer nadar de braçada no segmento de moda fitness

Rede de Santa Catarina aposta em sustentabilidade para competir no mercado premium

Lucinda Pinto

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Na esteira do avanço do mercado fitness no Brasil, que ganhou impulso adicional durante a pandemia, a rede de lojas de vestuário esportivo LIVE!, de Santa Catarina, vem ganhando terreno. A caminho de encerrar o ano com 260 lojas em 27 estados brasileiros e outras quatro nos Estados Unidos, a empresa  está reforçando o investimento em novas tecnologias para ser reconhecida como uma marca premium sustentável. Com esse selo, espera ganhar porte para fazer um IPO e ser mais uma opção na bolsa, que hoje só conta com uma empresa do segmento de vestuário fitness como alternativa aos investidores.

A LIVE! foi fundada em 2002 na cidade de Jaraguá do Sul, Santa Catarina. Ali fica a sua fábrica e uma planta “verde”, de 80 mil metros quadrados, que concentra toda a produção. Segundo Gabriel Sens, CEO e fundador da empresa, boa parte da energia da fábrica é solar. O que os 2.500 painéis solares não dão conta de produzir é comprado no mercado livre de energia renovável. No processo de beneficiamento da malha, a fábrica usa água captada da chuva. E os tecidos utilizados na confecção dos produtos são os chamados “fit green”, ou seja, lycra e poliamida recicladas, adquiridos de fornecedores globais.

Esse conjunto de características da produção torna a marca mais alinhada ao gosto – e ao bolso – do público A e B, justamente o segmento que tem mostrado mais resiliência às intempéries econômicas.  “O consumidor percebe a qualidade desse produto e valoriza a preocupação com o processo de produção”, diz Sens.

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Essa afirmação de Sens encontra eco nas análises de quem  acompanha a principal concorrente da LIVE!: a Track&Field. “Embora o macro não ajude, a Track&Field  tem uma posição privilegiada, voltada a um público que sente menos os efeitos dos juros”, afirma Niels Tahara, analista de varejo da Eleven. Já João Daronco, analista da Suno, lembra que, nessa raia em que nadam LIVE! e Track&Field, a concorrência da China não tem o impacto que sentem outras varejistas da moda. “É um público que busca qualidade da roupa e dos equipamentos e que está mais disposto a pagar por isso”, define

Não à toa, a Track&Field é hoje uma das empresas que têm trazido bons resultados aos investidores. A ação acumula alta de 26,3% no ano, período em que o Ibovespa avança 5,48%. Segundo as contas da Eleven, o retorno sobre capital investido está em torno de 30%, um dos maiores da bolsa.

A LIVE! projeta um faturamento anual próximo a R$ 500 milhões este ano. E tem o plano de dobrar o número de lojas em três anos. Para financiar esse avanço, está investindo  R$ 150 milhões – parte com capital próprio, parte com empréstimo junto a bancos -, alocados tanto na abertura de lojas quanto na fábrica e logística.

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A ambição de ampliar a rede de lojas vai numa direção oposta  a uma aposta que surgiu quando as regras de isolamento social impostas pela pandemia fecharam o comércio: de que o futuro seria o e-commerce.  Foi justamente nos últimos três anos que ampliou com mais força o número de lojas e tornou-se uma empresa com atuação nacional. “Nosso site é robusto, mas a loja física é muito importante”, afirma.  Recursos como uma fragrância ou uma playlist próprias ajudam a atrair o consumidor, que gosta da prática de experimentar as roupas. “E existe a compra por impulso, o que a loja física viabiliza.”

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Lucinda Pinto

Editora-assistente do Broadcast, da Agência Estado por 11 anos. Em 2010, foi para o Valor Econômico, onde ocupou as funções de editora assistente de Finanças, editora do Valor PRO e repórter especial.