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O anúncio de que a Vulcabras planeja um follow-on confirma a tese de boa parte do mercado de que a característica da próxima onda de oferta de ações será mais estratégica, e menos motivada pela necessidade de caixa. A companhia anunciou na noite da última quinta-feira (27) a intenção de levantar até R$ 500 milhões (com uma oferta-base avaliada em R$ 250 milhões). A ideia, segundo fontes ouvidas pelo IM Business, é usar a injeção de recursos como forma de aumentar a liquidez da ação da empresa. Hoje, a ação movimenta cerca de R$ 10 milhões por dia. Após essa oferta, no entanto, o mercado estima que a liquidez aumentará substancialmente, podendo até dobrar.
Dona da Olympikus e operadora das marcas Under Armour e Mizuno no Brasil, a Vulcabras encontra-se em uma situação de caixa saudável atualmente e, por isso, a decisão de lançar novas ações no mercado causou surpresa. “Pegou o mercado de surpresa porque eles anunciaram recentemente um repasse de dividendos bem grande, de R$ 367 milhões. A empresa está gerando muito caixa. Quer dizer, não faria sentido um follow-on por causa de endividamento”, diz Niels Tahara, analista de varejo da Eleven. “Como a empresa negocia um volume pequeno hoje, faz sentido a tese de reforçar a liquidez. E pode ser um movimento para atingir, possivelmente, players maiores e investidores estrangeiros que não conseguem entrar na ação atualmente.”
Desde seu re-IPO, em 2017, as ações da Vulcabras valorizaram-se mais de 100%, fazendo frente, no mesmo período, a concorrentes no mercado como Track&Field (+57%), Arezzo (+6%), SBF (+3%), Alpargatas (-42%), Renner (-47%), C&A (-57%) e Riachuelo (-73%). “A Vulcabras está muito bem posicionada. Ela passou por todo um processo de transformação nos últimos anos, modernizou toda a fábrica industrial, adquiriu a distribuição da Mizuno e da Under Armour, fazendo um processo de integração bem forte, com expansão de imagem e crescimento das receitas. Hoje, estão colhendo os frutos desses investimentos e gerando muito caixa”, analisa Tahara.
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A previsão é que a precificação da nova emissão ocorra até dia 6 de fevereiro. O comunicado de que a emissão será ancorada pela família controladora da empresa, a Grendene Bartelle, e gestoras como a Absolute e a Guepardo Investimentos deixou o mercado mais aliviado, já que a ideia não é diluir expressivamente a participação dos acionistas majoritários no negócio. Mesmo assim, os papéis da empresa andaram para trás nesta sexta-feira (26), com uma queda acima de 6%, um movimento tido como natural após o pagamento de dividendos pela empresa.
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