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Com menos de 10 anos de estrada, uma destilaria do interior paulista coleciona prêmios internacionais para seu gin “Made in Brazil”. Pelo carro-chefe da casa – o BEG Brazilian Boutique Dry Gin –, a BEG já recebeu 35 premiações, somadas às 80 medalhas concedidas em concursos como o World Gin Awards, o San Francisco World Spirits Competition e o International Wine and Spirit Competition (IWSC). Fora das competições, a empresa quer popularizar a bebida, de olho em um público mais jovem e com menor poder aquisitivo.
O reconhecimento mais recente veio no final de maio, quando a empresa fundada por quatro jovens na região de Campinas foi premiada pela IWSC com o segundo melhor negroni do mundo. Feita com gin, vermute e Bitter 100% produzidos pela destilaria, o drink passou por “envelhecimento curto” em barris de amburana, madeira que dá um toque abrasileirado ao produto, explica Arthur Flosi, sócio-fundador da BEG Destilaria.
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“A amburana, muito usada no envelhecimento da cachaça, deixa o produto mais aveludado e traz um pouco de canela, baunilha e um toque leve de cravo, levando novos aromas”, explica Flosi. Ele acrescenta que, graças ao toque da madeira, o teor alcoólico de 29% “desce suave” pela garganta.
O gin não está entre as bebidas mais consumidas no Brasil. Mas o fundador da destilaria paulista atribui a projeção da marca a investimentos em tecnologia e a estudos para uma “receita ideal” ao gosto do brasileiro. “Esse envelhecimento foi exatamente o toque de técnica”, diz. “Deixamos o negroni um pouco mais adocicado para agradar mais o público daqui”.
Esta matéria faz parte da série “Premiados no Exterior”, que reúne produtores brasileiros reconhecidos em premiações de projeção internacional..
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A marca foi fundada em 2015 por Arthur Flosi, Marcelo Rizerio, Felipe Santoro e Thiago Luz com a proposta de ser uma “boutique de gin”. A empresa tem sede na fazenda Quinta Monte Sinai, um casarão datado de 1890, que foi restaurado com tecnologia para a produção de gin nacional. No local, 100% das garrafas são numeradas a mão após a produção da bebida, feita por um processo de destilação conhecido como “método one-shot“.
Moda “gin tônica” expandiu mercado no Brasil
A popularidade do gin no mercado nacional é relativamente recente. A moda da “gin tônica”, servida em bares e festas, ressurgiu nos idos de 2014, na Espanha – mas só chegou com força ao Brasil entre 2017 e 2018.
Por sua natureza e preço, a bebida esteve mais voltada, inicialmente, ao público de alta renda. Marcas que chegaram ao Brasil com forte investimento em marketing vendiam garrafas a partir de R$ 130, de olho no público de alta renda.
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“O produto cresceu muito. Tivemos crescimentos entre 200% e 300% e, no final de 2021, no auge da pandemia, já havia no Brasil mais de 400 marcas registradas na categoria gin, somando importados e marcas nacionais. Houve ali um inchaço da categoria”, recorda Flosi.
Após um período de ajuste, muitas marcas de gin acabaram sumindo do mercado brasileiro, enquanto outras se consolidaram e conquistaram seu espaço. As mais populares, como Dieageo, Tanqueray e Beefeater, tinham somados, até o final de 2021, quase 80% do market share no segmento.
O fundador da BEG conta que o cenário macroeconômico mais desafiador acabou “forçando” uma migração para um novo público, com o lançamento de marcas mais acessíveis (em torno de R$ 30 por garrafa) que antes não tinham expressão no mercado,em um movimento no qual muitas marcas precisaram depreciar o produto para permanecer no mercado.
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“Esse foi o motivo de termos lançado no final do ano passado a linha Hype, para alcançar esse novo nicho de mercado que apareceu na categoria gin. Acabo optando por um produto que entregue preço e qualidade e exija um desembolso menor”, explica Flosi.
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