Publicidade
Especialista na estruturação de grandes projetos de infraestrutura, energia e saneamento, a gestora Perfin vê oportunidades de diversificar sua carteira de pouco mais de R$ 9 bilhões nesses setores. No radar da casa, que em novembro começou a captação de um novo fundo que pode alcançar até R$ 2 bilhões, a logística deverá ganhar vez.
Carolina Rocha, sócia e diretora de operações (COO) da Perfin, explica ao IM Business que a armazenagem em terminais logísticos tende a ser a porta de entrada da gestora no segmento, embora nenhum negócio esteja encaminhado. “Até aqui, não tínhamos encontrado oportunidades que nos desse o risco/retorno esperado”, explica.
Fundada em 2007, a Perfin começou a investir em infraestrutura há oito anos. Primeiro com aportes mais específicos e, desde 2020, passou a trabalhar com um fundo multisetorial que terminou de ser investido no ano passado. Participações na antiga estatal gaúcha de saneamento Corsan, na concessão de rodovias no Paraná e na construção de uma linha de transmissão entre Goiás, Minas Gerais e São Paulo são alguns dos investimentos mais recentes da gestora.
Para isso, a casa possui sócios estratégicos e com conhecimento em cada uma das operações. No saneamento, por exemplo, a parceria da Perfin é com a Aegea, com quem possui acordo para operar em conjunto ativos do Sul do país – além da Corsan, a dupla está na parceria público-privada (PPP) da Sanepar, no Paraná. Em rodovias, a sócia é a Equipav, enquanto a Alupar é a parceira nos ativos de transmissão de energia.
“É um diferencial ter sócios desse nível. Conseguimos agregar nosso olhar multisetorial e de estruturação financeira com a expertise das empresas. Fazer sociedade nunca é simples, mas conseguimos construir boas relações”, reforça Carolina.
Nas perspectivas da Perfin para 2024, as concessões de rodovias devem acelerar. Com a previsão do Ministério dos Transportes de realizar até 13 leilões neste ano, os ativos devem atrair novamente os fundos de investimento, a exemplo dos certames do Paraná em 2023. “Já temos quatro concessões e é um ativo em que nos sentimos confortáveis em investir. Além das federais, há um pipeline robusto de estradas estaduais”, acrescenta a executiva.
Continua depois da publicidade
Em transmissão, a tendência é de seguirem os grandes leilões, como já vêm ocorrendo nos últimos anos. A previsão é que tenham dois certames em 2024, com uma necessidade de investimentos próxima a R$ 50 bilhões. Na Perfin, que participa dos remates desde 2016, os ânimos estão renovados para este ano, diz Carolina Rocha, após a casa voltar a vencer seu primeiro leilão desde 2017, arrematando um dos lotes no certame promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em dezembro.
Já no setor de saneamento, a expectativa da Perfin – e de outras gestoras – se concentra na privatização da Sabesp e com o futuro da mineira Copasa, uma vez que outras iniciativas de água e esgoto tendem a ficar mais paradas, em um momento de acomodação do mercado.
Na estatal paulista, a dúvida segue em relação ao tamanho da fatia que o governo estadual irá vender ao mercado. No caso da Perfin, a questão é fundamental para a sua decisão de avançar no follow-on ou não. “Precisamos entender como vai funcionar a governança e quão pulverizada pode ficar a base de sócios e a qualidade deles. Nós temos um mandato que nos proíbe de correr o risco de não ter ingerência, então temos que esperar mais detalhes.”
You must be logged in to post a comment.