Conteúdo editorial apoiado por

Com endividamento baixo, Vivo está pronta para fazer novas aquisições

CEO diz que empresa "avalia possibilidades"; telco adquiriu empresa de cloud IPNET, em meio a rumores de uma possível compra da Desktop

Mitchel Diniz

Publicidade

Não foram apenas as receitas e o lucro da Telefônica Brasil/ Vivo (VIVT3) que chamaram atenção no segundo trimestre de 2024. O balanço divulgado na noite de ontem (29) também mostrou que o nível de endividamento da companhia, medido pela relação entre dívida líquida e Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), caiu 3,7% em relação aos três primeiros meses do ano, para 0,5 vez. Com esse patamar de alavancagem, a empresa estaria em “boa posição para um evento de consolidação”, escreveram os analistas do Itaú BBA. 

“Nosso nível de endividamento baixo e caixa positivo nos dá flexibilidade para realizar operações”, admitiu Christian Gebara, CEO da Vivo, em coletiva de imprensa sobre os resultados trimestrais. Segundo ele, sem revelar detalhes, a empresa avalia algumas possibilidades. Em maio passado, a companhia admitiu manter conversas a respeito de uma potencial operação com a Desktop (DESK3), provedora de serviços de internet do interior de São Paulo. 

Leia mais: “Não queremos ser uma corporação”, diz fundador da Desktop

Continua depois da publicidade

Christian Gebara, CEO da Vivo (Crédito: Divulgação)

Recentemente a Vivo anunciou a aquisição da Ipnet, empresa do Rio de Janeiro e uma das principais parceiras do Google no Brasil. A compra pode chegar a R$ 230 milhões – o valor está atrelado ao cumprimento de metas operacionais e financeiras nos próximos quatro anos.  

A Ipnet, especializada em revenda de produtos e serviços relacionados ao Google Cloud e Google Workspace, diversifica o portfólio B2B (de serviços para empresas) da Vivo em um ponto focal de sua estratégia. 

“No pós-pandemia, as empresas decidiram migrar para a nuvem de forma mais acelerada, trabalhando com mobilidade, e não mais dentro de servidores. Cloud é um foco e tem maior relevância [dentro da estratégia], por conta desse movimento”, afirma Gebara.

Continua depois da publicidade

O CEO explica que a atuação da Vivo em nuvem está mais concentrada em outros players, mas diz que a empresa quer “aumentar sua presença em Google”, que, segundo ele, “vem crescendo em cloud  e workspace em pequenas e grandes empresas”. A receita de cloud da Vivo no segundo trimestre de 2024 atingiu R$ 1,655 bilhão. 

Ainda que demonstre apetite por aquisições, a Vivo mantém a intenção de distribuir aos acionistas um valor igual ou superior a 100% do lucro líquido obtido no exercício social deste e dos próximos dois anos. A remuneração paga em 2024 já atingiu R$ 4,137 bilhões.

Em termos de investimentos, a companhia deve continuar expandindo em fibra óptica, porém prefere crescer em receitas que não necessitam de capex, reafirmou Gebara. 

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados