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(Bloomberg) — A Moderna garantiu quase US$ 200 milhões do governo dos Estados Unidos para acelerar o desenvolvimento de uma vacina contra a gripe pandêmica, à medida que uma cepa perigosa de gripe aviária se espalha pelas fazendas leiteiras do país, alimentando a preocupação com uma crise de saúde emergente.
O Departamento de Saúde e Serviços Humanos concedeu à Moderna US$ 176 milhões para ajudar a pagar os ensaios clínicos de fase final que começarão em 2025, disse Dawn O’Connell, secretária assistente de preparação e resposta, numa entrevista exclusiva. A vacina será adaptada para poder atingir diversos tipos de gripe com potencial pandêmico, incluindo a família de vírus da gripe aviária atualmente em circulação.
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Um desses vírus, chamado H5N1, já foi detectado em 136 rebanhos bovinos em 12 estados e infectou três trabalhadores rurais este ano, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças. As principais autoridades de saúde do país afirmam que o risco do H5N1 para o público em geral continua baixo. Nenhuma transmissão entre humanos foi identificada e a vacinação não é recomendada atualmente, disse O’Connell.
“Nosso trabalho é estar preparados caso isso mude”, disse ela. “Se você tivesse perguntado a qualquer especialista em 2018 o que ele esperava que fosse a próxima pandemia, ele teria dito uma gripe altamente virulenta”.
As ações da Moderna subiram até 2,8% no início do pregão em Nova York nesta terça-feira (2). Elas aumentaram 18% até agora este ano.
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Embora o foco do prêmio do governo sejam as cepas perigosas da gripe, isso poderá mudar caso surja uma ameaça pandêmica diferente, disse ela.
Tecnologia mRNA
A vantagem da tecnologia mRNA, que foi a base das vacinas contra a covid-19 da Moderna e da Pfizer, é que pode ser rapidamente adaptada caso o vírus sofra mutação. Isto cria uma vantagem potencial sobre as vacinas tradicionais, muitas das quais são cultivadas em ovos de galinha.
Os resultados dos primeiros estudos da Moderna sobre a vacina contra a gripe aviária são esperados nas próximas semanas. O contrato com o governo dos EUA é uma vitória para a empresa, que procura novas fontes de receitas e tenta abalar a sua dependência do mercado cada vez mais enfraquecido das vacinas contra a covid.
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O’Connell disse que os EUA querem ajudar a Moderna a gerar os dados necessários para obter autorização dos reguladores. Mas o contrato, que foi celebrado através da Autoridade de Investigação e Desenvolvimento Biomédico Avançado, vai muito mais longe, disse ela. Inclui opções para os EUA adquirirem fornecimentos de vacinas, que seriam produzidos internamente e exigiriam financiamento adicional.
Os EUA já chegaram a acordo com a empresa de biotecnologia para garantir “preços justos” ao contribuinte americano, disse O’Connell, embora se tenha recusado a descrever os detalhes específicos do contrato.
A Moderna provavelmente não será a única empresa farmacêutica que vaio conseguir um contrato para desenvolver vacinas de mRNA para a gripe pandêmica. Os EUA preveem fazer anúncios adicionais sobre outros prêmios, disse ela. Questionado sobre as negociações com a Pfizer, O’Connell não quis comentar.
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As vacinas tradicionais contra a gripe pandémica estão mais avançadas em desenvolvimento e produção. Os EUA têm duas vacinas candidatas adaptadas à atual estirpe H5N1 e estão fazendo testes com a GSK, a Sanofi e a CSL Seqirus. Já existem centenas de milhares de seringas pré-cheias disponíveis e os EUA incumbiram a CSL de encher e finalizar mais 4,8 milhões de doses de vacina.
O’Connell disse que essas doses “começarão a sair das linhas de produção em meados de julho”.
©2024 Bloomberg L.P.
