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Os contratos de comercialização no mercado livre de energia devem ser afetados pelas condições dos reservatórios das usinas hidrelétricas nos próximos meses. O cenário meteorológico requer atenção em meio à seca que o Brasil enfrenta ao longo do inverno, mas as previsões são de bom volume de chuvas a partir de novembro, segundo a consultoria Tempo OK.
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Por mais que seja esperado um início do período chuvoso mais tardio em 2024, a estabilização das chuvas deve ocorrer em dezembro, quando deve haver maior precipitação. O risco de repetição da seca de 2021 ainda é considerado pequeno.
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De acordo com o meteorologista Caetano Mancini, da Tempo OK, a temperatura atual no norte do Oceano Atlântico vai influenciar no início do período chuvoso.
“A gente vê um certo atraso no período úmido, principalmente na porção norte do Atlântico, onde está muito mais quente do que o normal”, analisa.
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La Niña pode ampliar chuvas na região Norte
As previsões dão conta da possibilidade de ocorrência do fenômeno La Niña, com o resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico. É uma condição que tradicionalmente favorece as chuvas na região Norte.
Mancini explica que as chuvas no Norte implicam mais umidade para o Sudeste, o que pode também significar melhores condições de geração hidráulica.
“Estamos falando de bacias de grandes reservatórios como o de Rio Grande e Paranaíba, por exemplo. São bacias que têm uma posição mais estratégica para o Sistema Interligado Nacional”, diz.
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Embora exista uma maior previsão de uso de usinas termelétricas, as fontes renováveis podem diminuir as altas nos custos, segundo Mancini.
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“Ao mesmo tempo em que há esse risco de poucas chuvas, há uma expectativa de geração renovável relativamente boa para eólicas e solares. Obviamente, [essas fontes] têm suas limitações com a demanda da carga. Mas eu acho que esse equilíbrio com a matriz renovável, principalmente vento e solar, pode mitigar um pouco esse impacto”, afirma.
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Impacto nos contratos de longo prazo
O Brasil teve dois anos seguidos de bons níveis de chuva, o que contribuiu para que os preços ficassem próximos dos R$ 100 por megawatt/hora em contratos do mercado livre.
Com o cenário de estabilidade, houve um período com boas condições para os contratos de comercialização, já que os preços baixos no mercado livre de energia favoreciam contratos de longo prazo.
No inverno de 2024, a lógica se inverteu, já que o cenário de poucas chuvas e menor geração a partir de hidrelétricas contribui para incerteza e alta nos preços.
De acordo com agentes do mercado, a média praticada no ambiente de contratação livre é de R$ 300 por MWh.
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