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CEO da Enauta: “Temos potencial e ambição para participar da consolidação do mercado”

Em entrevista ao IM Business, Décio Oddone revela os pormenores da negociação que deve criar nova gigante entre petroleiras no Brasil

Felipe Mendes

Décio Oddone, CEO da Enauta - Divulgação
Décio Oddone, CEO da Enauta - Divulgação

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Em um primeiro movimento relevante de consolidação entre as petroleiras, 3R Petroleum (RRRP3) e Enauta (ENAT3) chegaram a um acordo para combinação de seus negócios. Com o memorando de entendimento assinado, o CEO da Enauta, Décio Oddone, disse ao IM Business que a companhia combinada terá potencial de ditar os rumos do mercado, com força para novos passos do tipo.

“Este movimento é relevante, mas é apenas o primeiro. Não queremos parar nele. Temos potencial, capacidade e ambição para fazer mais”, disse. “Acreditamos que esse processo [de consolidação] vai continuar e a queremos estar bem-posicionados para ser ativos e participantes disso.”

As empresas já haviam conversado sobre uma fusão em 2023, mas o negócio não saiu. Depois de ver a PetroReconcavo (RECV3) avançar em uma negociação com a 3R, a Enauta decidiu retomar o contato. Segundo Oddone, as empresas são complementares, o que facilitou para que a transação fosse firmada em semanas.

“Estávamos prontos para fazer alguma coisa nessa linha quando a oportunidade surgisse. Quando surgiu a oportunidade da 3R, avaliamos rapidamente aqui a situação e fizemos a carta. As visões dos acionistas, do conselho e dos executivos da 3R eram muito parecidas com a nossa e convergem com nossa estratégia. Essa visão compartilhada facilitou o avanço das negociações”, conta o executivo.

Próximos passos

É provável que Oddone siga como CEO da nova empresa no futuro, mas isso ainda não está definido. Após a assinatura do memorando, as empresas terão um período de diligência de 30 dias prorrogáveis por mais 30 dias. A nova combinação do conselho deverá contar com três representantes de acionistas da Enauta e três da 3R, com um membro independente escolhido em comum-acordo pelas companhias. “É uma combinação de negócios que, se for concretizada, vai ser um acordo entre iguais”, afirma ele.

O acordo prevê que a empresa combinada seja dividida em 53% para acionistas da 3R e 47% para os acionistas da Enauta. Além disso, a transação também prevê um roll-up da participação de 15% da Maha Energy na 3R Offshore de modo que ela receba 2,17% da nova companhia, elevando sua participação final para 4,5% no negócio – além da fatia na 3R Offshore, a Maha já tinha participação na 3R.

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Para Oddone, o foco é ter uma operação cada vez mais diversificada no mercado de petróleo. “A gente sempre teve essa visão de consolidação e de ser uma empresa com um portfólio balanceado que nenhuma empresa na região tem, que é um portfólio em todas as etapas da cadeia de exploração e produção”, diz ele. “Nossa visão é ser uma companhia de upstream com um portfólio balanceado em toda a cadeia, com uma exploração de baixo risco e de bom preço.”