Publicidade
Em um primeiro movimento relevante de consolidação entre as petroleiras, 3R Petroleum (RRRP3) e Enauta (ENAT3) chegaram a um acordo para combinação de seus negócios. Com o memorando de entendimento assinado, o CEO da Enauta, Décio Oddone, disse ao IM Business que a companhia combinada terá potencial de ditar os rumos do mercado, com força para novos passos do tipo.
“Este movimento é relevante, mas é apenas o primeiro. Não queremos parar nele. Temos potencial, capacidade e ambição para fazer mais”, disse. “Acreditamos que esse processo [de consolidação] vai continuar e a queremos estar bem-posicionados para ser ativos e participantes disso.”
As empresas já haviam conversado sobre uma fusão em 2023, mas o negócio não saiu. Depois de ver a PetroReconcavo (RECV3) avançar em uma negociação com a 3R, a Enauta decidiu retomar o contato. Segundo Oddone, as empresas são complementares, o que facilitou para que a transação fosse firmada em semanas.
“Estávamos prontos para fazer alguma coisa nessa linha quando a oportunidade surgisse. Quando surgiu a oportunidade da 3R, avaliamos rapidamente aqui a situação e fizemos a carta. As visões dos acionistas, do conselho e dos executivos da 3R eram muito parecidas com a nossa e convergem com nossa estratégia. Essa visão compartilhada facilitou o avanço das negociações”, conta o executivo.
Próximos passos
É provável que Oddone siga como CEO da nova empresa no futuro, mas isso ainda não está definido. Após a assinatura do memorando, as empresas terão um período de diligência de 30 dias prorrogáveis por mais 30 dias. A nova combinação do conselho deverá contar com três representantes de acionistas da Enauta e três da 3R, com um membro independente escolhido em comum-acordo pelas companhias. “É uma combinação de negócios que, se for concretizada, vai ser um acordo entre iguais”, afirma ele.
O acordo prevê que a empresa combinada seja dividida em 53% para acionistas da 3R e 47% para os acionistas da Enauta. Além disso, a transação também prevê um roll-up da participação de 15% da Maha Energy na 3R Offshore de modo que ela receba 2,17% da nova companhia, elevando sua participação final para 4,5% no negócio – além da fatia na 3R Offshore, a Maha já tinha participação na 3R.
Continua depois da publicidade
Para Oddone, o foco é ter uma operação cada vez mais diversificada no mercado de petróleo. “A gente sempre teve essa visão de consolidação e de ser uma empresa com um portfólio balanceado que nenhuma empresa na região tem, que é um portfólio em todas as etapas da cadeia de exploração e produção”, diz ele. “Nossa visão é ser uma companhia de upstream com um portfólio balanceado em toda a cadeia, com uma exploração de baixo risco e de bom preço.”