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Empresas já oferecem no Brasil maquinário e matéria-prima para a construção de casas impressas em 3D. Fornecedores ligados ao segmento contam que existe um interesse crescente por parte de construtoras para usar a tecnologia em moradias populares – de olho em redução de custos e ganho em produtividade. O maior entrave para o segmento, por enquanto, é a falta de normas para aprovar projetos do tipo em maior escala.
As primeiras casas erguidas no Brasil foram encomendadas, principalmente, por pessoas físicas interessadas na tecnologia. A empresa gaúcha Printek 3D, por exemplo, utilizou uma impressora gigante para erguer uma casa térrea de cerca de 80 metros quadrados para um engenheiro em Caxias do Sul (RS), no início deste ano.
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Sem tijolo, madeira ou reboco, a moradia foi toda construída com um material apropriado para a impressão – uma mistura de areia, cimento e microconcreto empilhada por camadas, seguindo o desenho projetado pelo software. A estrutura das paredes de 4,5 metros de altura ficou pronta em menos de três dias e envolveu apenas duas pessoas na mão de obra.
A casa só não ficou totalmente pronta porque a finalização do projeto foi temporariamente interrompida devido às fortes chuvas que causaram destruição no Rio Grande do Sul.
Segundo Sergio Chapochnicoff, fundador da Printek 3D, uma casa impressa em 3D com essa matéria-prima, além de “ecologicamente correta”, oferece como vantagem isolamento térmico e acústico e menor custo de manutenção.
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Já para construir, o custo varia conforme o tipo de concreto escolhido. Na casa erguida pela empresa, o metro quadrado da parece custou em torno de R$ 250. Foram usadas 20 toneladas de concreto, totalizando R$ 30 mil. “Em termos de matéria-prima, o custo está muito próximo ao de uma casa tradicional”, afirma Chapochnicoff.
Manfredo Belohuby, gerente de inovação e tecnologia Latam da Sika, empresa que fornece o microconcreto usado nestas construções, conta que uma construtora do interior de São Paulo já adquiriu a impressora, enquanto avançam outros projetos em Minas Gerais e no Nordeste.
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Enquanto que em outros países as casas impressas têm sido usadas para peças de arquitetura e mobiliário urbano, no Brasil, o executivo enxerga potencial para usar a tecnologia em construções populares para a baixa renda, como os projetos do Minha Casa, Minha Vida (MCMV). “Já fizemos simulações e o custo é bem semelhante ao sistema tradicional”, afirma.
Belohuby explica que o entrave para esse mercado “deslanchar”, até agora, tem sido a normatização de obras impressas em 3D. “Falta uma norma específica para isso, mas estamos trabalhando com isso junto a um grupo na Universidade de São Paulo (USP) e a construtoras”, explica.
Liberdade arquitetônica
Criada em 2021, a empresa mineira Cosmos 3D já desenvolveu, em conjunto com a espanhola Katz, cinco casas impressas em 3D. Uma delas, de cerca de 75 metros e com paredes curvas, foi exposta durante a Expo Construção Offsite, realizada esta semana em São Paulo.
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“A liberdade arquitetônica é muito maior [com a tecnologia em 3D], a gente consegue sair um pouco do óbvio nos projetos, além de o robô garantir a precisão”, explica Daniel Katz, CEO da empresa.
Segundo ele, uma das vantagens da impressão é a liberdade, já que o novo sistema construtivo permite finalizar o acabamento das paredes com qualquer material, assemelhando-se a qualquer outra casa. “A diferença é que usamos menos mão de obra humana para ser construída. A próxima rodada de produtividade vai ser no mercado de impressão”, conclui.
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