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A Casas Bahia (BHIA3) anunciou na noite deste domingo (28) que alcançou um acordo de reestruturação de R$ 4,1 bilhões em dívidas com seus dois principais credores: Bradesco e Banco do Brasil.
Praticamente todo esse valor – decorrente de quatro debêntures e de CCBs (cédulas de crédito bancário) emitidas nos últimos anos – venceria até 2027. Com o reperfilamento, esses papéis serão consolidados em uma única nova debênture, com condições mais vantajosas para a empresa.
Ela terá, por exemplo, carência de 24 meses para pagamento de juros e de 30 meses para o principal. O prazo total de amortização da dívida ficará em 78 meses, enquanto o prazo médio de amortização será de 72 meses – contra os 22 meses atuais. Os pagamentos iniciarão em 2026, mas atingirão volumes significativos só em 2029 e 2030.
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A reestruturação ocorrerá por meio de uma recuperação extrajudicial, já protocolada – e com escopo limitado à dívida em questão, sem incluir as demais dívidas da empresa. Como Bradesco e Banco do Brasil detêm 54,5% do valor, o processo já nasce virtualmente aprovado – um feito descrito como “inédito” por Renato Franklin, CEO da Casas Bahia.
“É uma solução estrutural e definitiva, que nos dá tranquilidade e condição de trabalhar”, disse Franklin ao InfoMoney. “A empresa ganha flexibilidade e a gestão ganha foco, pois estávamos trabalhando metade do tempo na operação e metade na tesouraria”.
Com o acordo, em vez de desembolsar R$ 4,8 bilhões em juros e amortização do principal até 2027, a Casas Bahia vai tirar do caixa apenas cerca de R$ 500 milhões, jogando pagamentos de R$ 4,3 bilhões de 2028 em diante. O custo da dívida também vai diminuir – sai dos atuais CDI mais 2,7% para CDI mais 1,2% ao ano.
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Troca de dívida por equity
O acordo prevê a possibilidade de que os credores convertam parte da dívida em equity, ganhando participação societária na companhia. As conversões poderão ser feitas no período entre 18 e 36 meses a partir da aprovação da recuperação extrajudicial.
Os bancos poderão solicitar trocas de dívida por equity a cada trimestre dentro dessa janela de tempo, adquirindo ações da Casas Bahia com 20% de desconto sobre o preço médio dos 90 dias anteriores.
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Isso, segundo Franklin, é um elemento adicional de segurança para os credores, pois evidencia o suporte dos bancos à companhia. Já para os bancos, representa uma chance de capturar o upside das ações conforme as operações da companhia entram nos eixos.
O alívio no caixa vai permitir que o plano de transformação da empresa – previsto para terminar até o fim deste ano – seja aprofundado. Aperfeiçoamento do mix de sortimento das lojas, precificação dinâmica, aumento da venda de serviços (como garantia estendida e seguro contra furtos), expansão do crediário e foco em retail media são alguns dos itens do plano. “Nosso ganho operacional estava sendo consumido pelo pagamento de juros. Esse tempo que ganhamos nos permitirá capturar a melhora, ainda mais se o macro ajudar”.
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