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Calçados Bibi aperta o passo para crescer na América Latina

Com mais de 20 lojas na região, objetivo da companhia é ultrapassar as 100 unidades até o fim da década

Rikardy Tooge

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Referência em calçados infantis há décadas no Brasil, a Calçados Bibi segue acelerando sua estratégia para ser mais conhecida no mundo, a começar pelos vizinhos da América Latina. Com 21 lojas em países como Equador, Peru e Guatemala, a meta para 2024 é ultrapassar as 30 unidades e chegar a pelo menos 100 na região até o fim da década.

“Nosso grande sonho é ser internacional”, resume Andrea Kohlrausch, presidente da Bibi, ao IM Business. Iniciada em 2017 como piloto e que ganhou força no fim da pandemia, a expansão da marca pelo ocorreu por meio de licenciamento para parceiros que já importavam produtos da empresa – a Bibi vende calçados para mais de 60 países. “No início, foi uma demanda de parceiros nossos no exterior, mas hoje temos uma estratégia de atendimento pronta para a abertura de lojas, afinal é nossa marca que estará exposta.”

O plano de se consolidar na América Latina ocorreu por demanda de parceiros, mas também pelas similaridades com o Brasil, especialmente em clima, onde sandálias e chinelos possuem maior aderência. “Na Europa, há diferenças climáticas em que precisamos trabalhar outros produtos e leva mais tempo. Na Ásia, já fazemos algumas exportações para a China, mas ainda estamos começando”, explica Andrea.

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No Brasil, onde já é a maior rede de calçados infantis do país com 130 lojas em um plano iniciado há apenas 16 anos, a expectativa da Bibi é abrir mais 10 lojas, agora com foco nos estados do Sudeste. Andrea lembra que, como já é um mercado consolidado pela empresa, a principal estratégia é aprimorar a verticalização da atividade. Se o e-commerce e omnicanalidade já são realidade, agora é avançar no uso das lojas como pequenos centros de distribuição para aprimorar o last mile das entregas.

Andrea Kohlrausch, presidente da Calçados Bibi (Divulgação)

A estratégia está longe de ser trivial, uma vez que as compras online só crescem na Calçados Bibi. Com loja virtual desde 2013, a empresa conseguiu captar por completo as oportunidades que surgiram para o varejo online na pandemia e, desde então, a vertical só vem acelerando. No ano passado, as vendas digitais avançaram 28%, sendo a unidade de negócio que apresentou maior crescimento – para este ano, a projeção é de um crescimento de 20%, puxado especialmente por um novo app próprio para vendas, que foi lançado em novembro.

Criada há 75 anos pela família Schweitzer, a companhia está na terceira geração, nas mãos de Andrea Kohlrausch, neta do fundador, a Calçados Bibi faturou R$ 229 milhões em 2023, crescimento de 5% em relação ao ano anterior. Exigente, Andrea esperava mais, ao menos manter o patamar de dois dígitos que vinha ocorrendo desde 2021. “Nós entregamos pouco mais de 80% do que foi ‘orçado’, mas foi um ano desafiador para o varejo como um todo”, avalia a executiva, que projeta crescimento de 16% no faturamento para 2024. 

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As apostas seguem as mesmas: verticalização desde suas fábricas em  Parobé (RS) e Cruz das Almas (BA) até o varejo físico, por meio das quase 200 lojas espalhadas pela América Latina e digital, por meio de site e app, até os mais de 60 países atendidos pela exportação. “Nós utilizamos uma linguagem infantil, nosso público alvo, de que nosso objetivo é pintar o mundo de laranja [cor da empresa]”, brinca Andrea.

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Rikardy Tooge

Repórter de Negócios do InfoMoney, já passou por g1, Valor Econômico e Exame. Jornalista com pós-graduação em Ciência Política (FESPSP) e extensão em Economia (FAAP). Para sugestões e dicas: rikardy.tooge@infomoney.com.br