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Café Girondino, ícone de SP, vai reabrir sob gestão de donos do Bar Brahma

Fábrica de Bares promete corrigir falhas da gestão passada: "Percepção de custo-benefício se perdeu pelo caminho", diz novo administrador

Mitchel Diniz

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O icônico Café Girondino, no centro de São Paulo, está sob nova direção e reabrirá as portas em breve. A cafeteria, conhecida como a mais antiga da capital paulista (suas origens remontam ao século XIX), havia encerrado suas operações no último mês de junho devido aos problemas financeiros deixados pela pandemia. Quem assume a operação é a Fábrica de Bares.

A empresa é dona do famoso Bar Brahma, na esquina das avenidas Ipiranga e São João, e também é responsável pela gestão de outros estabelecimentos tradicionais da cidade, como o Bar Léo, Riviera Bar e o Love Cabaret, antigo Love Story.

Esses nomes têm trajetórias similares: são negócios emblemáticos da noite paulistana que sucumbiram, em sua maioria, por questões financeiras. Todos foram “ressuscitados” pela Fábrica de Bares, especializada em administrar bares, restaurantes e casas de shows, principalmente no centro de São Paulo.

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A empresa adquiriu a marca do Café Girondino, que ganhará uma nova identidade visual. A reabertura da cafeteria está prevista para o próximo dia 5 de novembro, no mesmo local onde funcionava desde 1998 – o número 365 da Rua Boa Vista, ao lado do Largo São Bento. A Fábrica de Bares fez um novo contrato de locação com o proprietário do imóvel.

Projeto da nova fachada do Café Girondino, no centro de São Paulo (Divulgação)

“A transação que fizemos fez frente aos compromissos financeiros que eles [os antigos sócios do Girondino] tinham também”, explica Cairê Aoas, sócio da Fábrica de Bares.

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O pudim e o arroz doce, carros-chefe da casa, serão mantidos no cardápio. Mas Aoas dá a entender que o menu da casa ficará mais enxuto, para priorizar itens com mais qualidade. Na avaliação do empresário, antes do fechamento, o Girondino tinha “uma oferta muito grande e pouca coisa bem executada”.

“A percepção de custo-benefício se perdeu pelo caminho e eu acho que esse foi um dos motivos do declínio do Girondino. Queremos buscar uma entrega de qualidade, com um produto melhor, a um preço mais acessível e justo”, afirma. “A precificação, do jeito que a gente está fazendo, vai deixar os produtos mais baratos do que estavam antes do fechamento”.

Na gestão da Fábrica de Bares, o Girondino também passará a servir drinks. A ideia é estender o horário de funcionamento da casa até meia-noite, entre quinta-feira e sábado. “A gente quer criar um momento de bar noturno no Girondino”, diz Aoas.

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O empresário conta que não conseguiu recontratar nenhum dos funcionários que trabalhavam na casa antes do estabelecimento fechar, em junho, pois todos já tinham arrumado novos empregos.

“Conseguimos contato com os cozinheiros, que nos passaram as receitas de forma falada, eles não tinham nada por escrito”, relata Aoas. Esse é um dos desafios de recomeçar um negócio tradicional com uma equipe totalmente nova, que contará com cerca de 45 profissionais. Praticamente todas as vagas já foram preenchidas.

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Em uma etapa posterior, prevista para 2025, o Café Girondino vai poder atender clientes em uma área externa, numa praça que fica em frente ao estabelecimento. A Fábrica de Bares assinou um termo de cooperação com o poder público para utilizar o espaço em troca de investimentos em infraestrutura, manutenção e realização de eventos culturais no local.

Dentro do estabelecimento, o terceiro andar do café vai ser dedicado à exibição de exposições temporárias sobre o passado cafeeiro de São Paulo do Brasil, em uma parceria da empresa com o Museu do Café de Santos.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados