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BYD evita pagamento de R$ 1 bi em impostos com importação antecipada, diz jornal

Estratégia foi adotada para driblar a alta escalonada de impostos, que começou em janeiro deste ano

Equipe InfoMoney

Exposição de modelos da BYD em Munique, Alemanha
04/09/2023
REUTERS/Leonhard Simon
Exposição de modelos da BYD em Munique, Alemanha 04/09/2023 REUTERS/Leonhard Simon

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A importação antecipada de veículos elétricos no primeiro semestre permitiu que a montadora chinesa BYD evitasse o pagamento de R$ 1 bilhão em tributos. As informações são do jornal O Globo. A estratégia foi adotada para driblar a alta escalonada de impostos, que começou em janeiro deste ano.

Segundo dados da Vixtra, fintech de soluções para importação, a importação de carros elétricos aumentou 931% no primeiro semestre, em comparação com o mesmo período de 2023, totalizando R$ 5,4 bilhões. A BYD, líder no segmento, foi responsável por quase 90% desse volume, com a importação de 114 mil carros.

No mês passado, foram comercializados 13.254 veículos híbridos e elétricos no Brasil. No acumulado de janeiro a setembro, foram 122.548 veículos, um crescimento de 113% em comparação com o mesmo período de 2023. Líder nos elétricos, a BYD é a 10ª montadora em volume de emplacamentos geral no país, ou a 8ª, excluindo-se as vendas para locadoras, mercado no qual a montadora chinesa não atua.

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Alexandre Baldy, vice-presidente sênior da BYD no Brasil, disse ao jornal que a antecipação garantiu um volume suficiente para manter as vendas até a entrada em operação da fábrica da empresa na Bahia, sem a necessidade de elevar os preços ao consumidor, o que poderia afetar a demanda. A fábrica, localizada no polo de Camaçari, começará a fazer montagens em dezembro e entrará em operação completa no primeiro semestre de 2025.

Os veículos da BYD estão atualmente em centros de distribuição localizados próximos aos portos do Espírito Santo, Suape (PE) e Santa Catarina, não utilizando o Porto de Santos. Baldy afirmou que está tudo “dentro do planejado” e que o volume estocado é “muito inferior” ao que a concorrência vem falando.

O grande volume de veículos desembarcando nos portos brasileiros gerou queixas das montadoras tradicionais. Márcio Leite, presidente da Anfavea, declarou que a importação elevada estaria atravancando os portos, dificultando a importação de partes e peças para a indústria local.

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Leite utilizou esse argumento para pedir ao governo a antecipação da alíquota de 35% para os carros 100% elétricos. O aumento escalonado dos tributos começou em janeiro com 10% e desde julho está em 18%, com previsão de chegar a 35% em julho de 2026.