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Bunge compra dois armazéns da Nutrien em Goiás

Valor do negócio, que depende da aprovação do Cade, não foi revelado

Fernando Lopes

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A americana Bunge, uma das maiores empresas de agronegócios do mundo, acertou os termos para adquirir, em Goiás, dois armazéns de grãos de subsidiárias da gigante canadense Nutrien, que atua nos segmentos de fertilizantes e varejo de insumos. O valor do negócio, que foi submetido à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), não foi divulgado.

Uma das unidades pertence à Sementes Goiás e está localizada no município de Paraúna. A outra, situada em Santa Helena, está nas mãos da Fronteira Comércio e Representação de Produtos Agropecuários. Segundo informações fornecidas pelas empresas ao Cade, os silos estão subutilizados pela Nutrien e servirão para ampliar a capacidade de armazenagem da Bunge em Goiás, onde a produção de grãos como soja e milho é crescente.

O IM Business procurou as empresas, que têm presença expressiva no mercado brasileiro, mas a Bunge preferiu não se manifestar. Por meio de nota, a Nutrien informou que a decisão de vender os armazéns foi estratégica, e que continuará investindo nas atividades de varejo de insumos e soluções agrícolas no Brasil.

“A venda dos silos não terá impacto nas operações de barter [troca de insumos por colheitas futuras] da empresa, que terceirizará o que for necessário em termos de armazenagem de grãos para parceiros na região e reforça que o portfólio de produtos e soluções da empresa não será impactado com esta decisão”, disse a Nutrien.

Outra operação importante da Bunge que segue à espera do aval do Cade no país é a união global da múlti com a Viterra, que também tem forte presença no Brasil. Segundo os termos do acordo, os acionistas da Viterra vão receber 65,8 milhões de ações da Bunge, com valor agregado de US$ 6,2 bilhões, além de US$ 2 bilhões em dinheiro. A Bunge também vai assumir US$ 9,8 bilhões em dívidas da Viterra.

A transação amplia a infraestrutura da Bunge para movimentar grãos e amplia as capacidades de originação em regiões consideradas com bom potencial de expansão. “A empresa combinada será diversificada nas principais origens de exportação, bem como nos principais destinos de esmagamento”, afirmou a Bunge quando o negócio foi anunciado.

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No mercado, a expectativa é que nenhum dos dois negócios enfrente resistência no Cade, uma vez que não representam concentrações de mercado maiores que as permitidas pelo conselho.

Fernando Lopes

Cobriu o setor de energia e foi editor do semanário Gazeta Mercantil Latino-Americana até 2000. Foi editor de Agro no Valor Econômico até fevereiro de 2023