Conteúdo editorial apoiado por

Bunge adquire três armazéns da EspaçoGrãos em Mato Grosso

Valor do negócio, que depende da aprovação do Cade, não foi revelado

Fernando Lopes

Publicidade

A americana Bunge, uma das maiores empresas de agronegócios do mundo, continua a ampliar sua rede de armazenagem de grãos no Brasil. Pouco mais de um mês depois de fechar a compra de dois silos de subsidiárias da gigante canadense Nutrien, a companhia acertou as condições para adquirir três unidades pertencentes à EspaçoGrãos localizadas nos municípios mato-grossenses de Nova Mutum, Alta Floresta e Matupá. O valor do negócio, que foi submetido à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), não foi divulgado.

“Para o Grupo Bunge, a operação viabiliza a ampliação da sua capacidade de armazenagem de granéis sólidos de origem vegetal no Estado do Mato Grosso. Por sua vez, para a EspaçoGrãos a operação representa a oportunidade de receber capital para realizar novos investimentos em seus negócios”, informaram as companhias ao Cade. A EspaçoGrãos é controlada pelo grupo mineiro Spasso, que presta serviços de armazenagem e comercialização de grãos no país. A Bunge foi procurada pelo IM Business, mas preferiu não comentar. 

As capacidades das unidades da EspaçoGrão não foram reveladas. Os dois armazéns adquiridos junto à Nutrien, em Goiás, também não tiveram as capacidades divulgadas. Um deles está localizado no município de Paraúna, e o outro é em Santa Helena. Os silos estão subutilizados pela Nutrien e servirão para ampliar a capacidade de armazenagem da Bunge em Goiás, onde a produção de grãos como soja e milho também é crescente, como em Mato Grosso.

Outra operação da Bunge que segue à espera do sinal verde do Cade no país é a união global da múlti com a Viterra, que também tem presença expressiva no Brasil. Segundo os termos do acordo, os acionistas da Viterra vão receber 65,8 milhões de ações da Bunge, com valor agregado de US$ 6,2 bilhões, além de US$ 2 bilhões em dinheiro. A Bunge também vai assumir US$ 9,8 bilhões em dívidas da Viterra.
“A empresa combinada será diversificada nas principais origens de exportação, bem como nos principais destinos de esmagamento”, afirmou a Bunge quando o negócio foi anunciado. No mercado, a expectativa é que nenhum dos três negócios enfrente resistência no Cade, uma vez que não representam concentrações de mercado maiores que as permitidas pelo conselho.

Fernando Lopes

Cobriu o setor de energia e foi editor do semanário Gazeta Mercantil Latino-Americana até 2000. Foi editor de Agro no Valor Econômico até fevereiro de 2023