Publicidade
A BrasilAgro, que atua nos segmentos de compra e venda de propriedades agrícolas e produção de grãos, fibras e bioenergia, anunciou na manhã desta sexta-feira que assinou um contrato de arrendamento de cerca de 7 mil hectares para a produção de cana no município de Brotas, no interior paulista. A empresa pretende investir R$ 70 milhões na fazenda nos próximos anos, como parte de uma estratégia que tem por objetivo equilibrar melhor o portfólio de terras da companhia, que nos últimos anos se concentrou na expansão do cultivo de grãos.
As operações na nova área vão começar com 4 mil hectares de soqueiras. Ainda nesta fase inicial, outros mil hectares serão semeados, e os 7 mil disponíveis deverão ser ocupados nas próximas duas safras. Diferentemente do que acontece em outras áreas de cana da companhia, como no Maranhão, em Brotas a matéria-prima será destinada a uma usina que não produz apenas etanol, tendo em vista que, atualmente, os contratos de fornecimento para a fabricação de açúcar estão remunerando melhor, graças aos elevados preços da commodity nos mercados doméstico e externo.
Segundo Gustavo Lopez, CFO da BrasilAgro, é tudo uma questão de diluição de riscos. Por um lado, a empresa quer que a cana volte a representar 30% de sua área total de produção; por outro, pretende ter um melhor equilíbrio entre o fornecimento de cana para a produção de etanol e de cana para a produção de açúcar. A companhia tem no total, nesta safra 2023/24, 185,7 mil hectares. A cana se espalha por pouco menos de 25 mil hectares, e grãos e fibras ficam com a grande fatia restante. No último ciclo, a empresa produziu 2 milhões de toneladas de cana. A operação em Brotas marca a estreia da BrasilAgro em São Paulo.
Nos primeiros seis meses do atual exercício (2023/24), a BrasilAgro registrou receita líquida de R$ 424,1 milhões, 12% menos que no mesmo período da temporada anterior, lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 10,8 milhões (queda de 91%) e lucro líquido de R$ 24,2 milhões (baixa de 17%). A piora dos resultados foi determinado pela forte retração dos preços de soja e milho.