Conteúdo editorial apoiado por

Brasil supera EUA na produção de algodão

Safra americana será a menor dos últimos seis anos, segundo o USDA

Alexandre Inacio

Publicidade

Pela primeira vez na história, o Brasil vai ultrapassar os Estados Unidos na produção de algodão. O feito acontecerá na safra 2023/24 e posicionará o país como o terceiro maior produtor da pluma no mundo, atrás apenas de China e Índia.

A estimativa é do próprio Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que projeta para o Brasil uma colheita de 3,2 milhões de toneladas. Se confirmado, o número representará um crescimento de 25% sobre a produção obtida na safra 2022/23.

No caso dos Estados Unidos, o USDA indica para uma produção de 2,8 milhões de toneladas. Se confirmada, a oferta americana terá encolhido 9,5% e será a menor dos últimos seis anos.

Um dos motivos apontados pelo USDA para o aumento da produção de algodão no Brasil foi a mudança geográfica do plantio nas últimas décadas. Há 25 anos, Mato Grosso era responsável por apenas 23% da produção nacional. Na safra 2023/24, o Estado será responsável por produzir, sozinho, 71% do algodão brasileiro.

Junto com a migração, os ganhos de produtividade alçaram o Brasil como player relevante no cenário internacional. O rendimento médio do algodão nas lavouras vai alcançar 1.928 quilos por hectare, 20% a mais do que a produtividade da safra passada.

Ainda que algumas consultorias brasileiras indiquem que o país irá superar os Estados Unidos também nas exportações, o USDA ainda coloca o Brasil em segundo lugar do ranking, com embarques de 2,4 milhões de toneladas.

Continua depois da publicidade

A entidade, contudo, reconhece que as vendas externas brasileiras têm sido impulsionadas pela desvalorização do Real frente ao dólar e pelo aumento da demanda importadora de China e Bangladesh. Além disso, as recorrentes quedas de produção na China, Índia e Estados Unidos também têm permitido que o Brasil ocupe mais espaço no cenário internacional.