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“Book and claim”: o que é o acordo firmado entre Gol e Vibra para compensar emissões

O "book-and-claim" ajuda a reduzir a complexidade logística e operacional relacionada ao uso de SAF

Reuters

Aeronave da Gol no aeroporto de Brasília; preços de passagens aéreas surpreendeu para cima (Foto: Adriano Machado/Reuters)
Aeronave da Gol no aeroporto de Brasília; preços de passagens aéreas surpreendeu para cima (Foto: Adriano Machado/Reuters)

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SÃO PAULO (Reuters) – A companhia aérea Gol (GOLL4) e a distribuidora de combustíveis Vibra (VBBR3) concluíram o primeiro acordo “book-and-claim” da América Latina para compensar emissões de carbono por meio de combustível de aviação sustentável (SAF) na América Latina, disseram executivos.

O sistema “book-and-claim” permite que as companhias aéreas compensem emissões de poluentes através da compra de créditos provenientes da utilização de SAF por outras empresas do setor, e é visto como uma forma de ajudá-las a reduzir pegadas de carbono enquanto o SAF ainda não está amplamente disponível.

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O “book-and-claim” ajuda a reduzir a complexidade logística e operacional relacionada ao uso de SAF, diminuindo também custos como os com transporte de combustíveis, disse o vice-presidente comercial B2B da Vibra, Juliano Prado.

“É como se nós estivéssemos abrindo um mercado sem fronteiras para o SAF, mas de uma forma muito controlada, evitando duplicidade (na compensação).”

A indústria da aviação tem o objetivo de atingir zero emissões líquidas de carbono até 2050 e embora se espere que o SAF seja responsável por 64% destes esforços atualmente o produto representa apenas 0,2% do uso global de combustível de aviação.

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O acordo entre Gol e Vibra resultou de um projeto piloto para analisar como funcionaria o “book-and-claim” no Brasil, onde as companhias aéreas ainda não são obrigadas a usar SAF ou reduzir emissões – algo que deve acontecer apenas a partir de 2027.

A transação foi pequena, na qual a Vibra forneceu combustível de aviação tradicional para a Gol, cujas emissões de 180 toneladas de CO2 foram compensadas pelo uso de SAF à base de óleo de cozinha fornecido pela SkyNRG ao Aeroporto Schiphol, em Amsterdã.

As aeronaves abastecidas com esse SAF não utilizaram os créditos de carbono originários, que por sua vez foram vendidos à Gol.

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“A ideia era muito mais a gente entender como funcionava todo o processo do que qualquer outra coisa”, disse Eduardo Calderon, diretor do centro de controle de operações da Gol, lembrando que foram compensadas o equivalente às emissões de 10 voos entre Rio de Janeiro e São Paulo.

A aviação, uma indústria intensiva em carbono, é responsável por cerca de 2,5% das emissões globais de gases causadores do efeito estufa.

Os críticos dos mercados de compensação de carbono, incluindo o Greenpeace, dizem que eles permitem que os emissores continuem a libertar gases estufa.

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Calderon disse que as empresas agora apresentarão os resultados às autoridades para que possam discutir maneiras de eventualmente implementarem um projeto “mais sólido, mais abrangente” de “book-and-claim” no Brasil.

“Hoje, a gente não tem nada no radar para fazer outro ‘book-and-claim’ num curto período de tempo”, disse Calderón. Mas “sem dúvida”, acrescentou ele, o sistema será importante para as companhias aéreas compensarem as emissões quando forem obrigadas a fazê-lo.