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As montadoras de automóveis BMW, Jaguar Land Rover (JLR) e Volkswagen foram citadas num relatório do Comitê de Finanças do Senado dos Estados Unidos por terem utilizando na montagem de seus veículos peças feitas por um fornecedor da China que figura numa lista de empresas banidas por supostas ligações com o trabalho forçado.
A importação de mercadorias feitas com trabalho forçado para os Estados Unidos é ilegal desde a década de 1930.
Segundo o presidente do colegiado, o senador democrata, Ron Wyden, “de alguma forma, a equipe de supervisão do Comitê descobriu o que empresas multibilionárias aparentemente não conseguiram: que a BMW importava carros, a Jaguar Land Rover importava peças e a VW fabricava carros que incluíam componentes feitos por um fornecedor proibido por usar trabalho forçado dos uigures.”
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A ONU tem monitorado nos últimos anos a repressão praticada contra a etnia dos uigures na região de Xinjiang, após denúncias de práticas como tortura física e psicológica, trabalho forçado, deslocamento em massa forçado, esterilização forçada e separação de crianças de seus pais.
Wyden afirmou que “as montadoras estão enfiando a cabeça na areia e depois jurando que não conseguem encontrar trabalho forçado em suas cadeias de suprimentos”.
“O autopoliciamento das montadoras claramente não está fazendo o trabalho. Estou pedindo à Alfândega e Proteção de Fronteiras que tome uma série de medidas específicas para aumentar a fiscalização e reprimir as empresas que alimentam o uso vergonhoso de trabalho forçado na China”, completou o senador.
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Segundo um relatório do Comitê divulgado nesta semana, pelo menos 8.000 carros BMW do modelo Mini Cooper foram importados para os EUA com componentes da empresa chinesa Sichuan Jingweida Technology Group (JWD).
Já a Jaguar Land Rover importou peças de reposição que incluíam componentes da JWD depois que a empresa foi colocada na lista de proibidos.
Em fevereiro, a Volkswagen comunicou que milhares de seus veículos, incluindo Porsches e Bentleys, estavam retidos pelas autoridades porque tinham um componente neles que violava as leis contra o trabalho forçado dos EUA.
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Em resposta, a BMW disse que tem “padrões e políticas rigorosas em relação a práticas de emprego, direitos humanos e condições de trabalho, que todos os nossos fornecedores diretos devem seguir”.
A empresa acrescentou que tomou medidas para “interromper a importação de produtos afetados e realizará uma ação de serviço com notificação de clientes e revendedores para veículos automotores afetados”.
A JLR disse que já identificou e está destruindo qualquer estoque que detém em todo o mundo que inclua esse componente.
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Segundo o Comitê, reconhecendo o uso sistemático e sancionado pelo governo de trabalho forçado na região de Xinjiang, na China, a Lei de Prevenção do Trabalho Forçado Uigur (UFLPA) em 2021 reforçou a aplicação da lei em relação às instalações em Xinjiang e outras entidades identificadas como cúmplices do esquema de trabalho forçado da China.
No relatório, o Comitê propõe, entre outras medidas, acelerar o trabalho da Força-Tarefa de Execução do Trabalho Forçado do DHS para identificar instalações em Xinjiang que usam trabalho forçado e adicioná-las à Lista de Entidades da UFLPA. Também está sendo pedida atualização da lista de setores prioritários para aplicação da UFFPA.
A legislação visa impedir a importação de bens da região de Xinjiang, no noroeste da China, que se acredita terem sido feitos por pessoas do grupo minoritário uigur em condições de trabalho forçado.
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