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O bilionário brasileiro Carlos Alberto Sicupira, sócio e membro do conselho de administração da Americanas (AMER3), acredita ser um dos maiores prejudicados com a fraude na empresa.
Em depoimento à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em maio de 2023, Sicupira – que é o quinto brasileiro mais rico, com fortuna estimada em US$ 8,7 bilhões (R$ 49,7 bilhões) pela Forbes – disse: “Eu sou quem mais perdeu”.
Em vídeo divulgado pelo portal UOL nesta sexta-feira (2), o bilionário diz que não queria fazer juízo de valor sobre a situação antes da investigação. “Estou aflito, mas acho que tenho de ser disciplinado e esperar um veredito”, disse.
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Ao lado de Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles, Sicupira completa o trio de bilionários fundadores da 3G Capital, holding que é sócia de grandes empresas brasileiras, como a Ambev.
Sicupira afirmou à CVM que ficou “em choque” ao receber uma ligação do CEO da varejista naquele momento, Sergio Rial, contando sobre as “inconsistências contábeis” de cerca de R$ 20 bilhões nos balanços.
“Primeiro eu estava em choque, caindo para trás. Depois, Rial me falou para agir com o cérebro e não atrapalhar”, disse Sicupira. Segundo ele, o CEO pediu calma para não prejudicar as investigações.
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No dia seguinte, Rial teria pedido uma reunião com os executivos, da qual o bilionário participou. Ele conta que, naquele momento, ficou sabendo sobre as operações feitas por meio de risco sacado com os bancos, em que financiamentos foram feitos para pagar fornecedores, mas não foram contabilizados nos balanços.
Sicupira afirmou que essas operações tinham que ser do conhecimento do conselho de administração e do comitê de auditoria, mas não eram. Segundo ele, isso foi questionado várias vezes e a resposta era sempre não.
O UOL diz que a investigação concluiu que essa operação só poderia ser bem-sucedida se vários diretores tivessem participação e consentissem com as fraudes, já que seria fácil detectar irregularidades por meio dos comandos de controle da empresa.
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“Aparentemente, tem o envolvimento de todas as áreas. Tem envolvimento da tesouraria, da controladoria, que fazia esse negócio todo, e envolvimento comercial”, disse Sicupira. “É um negócio sistêmico que passa por cima de tudo que é controle.”
Neste momento, o bilionário culpa a antiga diretoria de corrupção generalizada e diz que eles interferiram nas escolhas para a sucessão dos presidentes-executivos da Americanas.
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