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A parada dos campeonatos de futebol durante a pandemia de Covid-19 e a volta gradual de público com o retorno dos torneios foi um dos fatores que levaram à drástica redução de receitas para clubes de futebol entre 2020 e 2021. Finalmente, as receitas recuperaram o estágio pré-isolamento, com a força do recorde de público nos estádios. Mais que a recuperação natural, no entanto, torcedores parecem estar mais engajados com o futebol.
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É isso que conclui o Relatório Convocados, elaborado pela Consultoria Convocados em parceria com a Galapagos Capital e a Outfield. De 2022 para 2023, o valor somado de bilheteria e programas de sócio torcedor saltaram de R$ 1,05 bilhão para R$ 1,51 bilhão no acumulado dos clubes da série A, uma variação de 44%.
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Essa é a maior variação dentro das fontes de receitas dos clubes de futebol, o que levou a somatória de bilheteria e programas de sócio-torcedor a 17% do total arrecadado em 2023, o que aproxima a linha das entradas comerciais (20%) e de negociações de atletas (18%).
Acompanhado do crescimento das receitas comerciais, esse é um ótimo sinal para as agremiações, acostumadas a tratar os direitos de transmissão como uma bala de prata para as receitas. “Estes movimentos são importantes na diversificação de receitas e redução da dependência dos direitos de transmissão, que permitem aos clubes trabalharem a gestão do risco no longo prazo, dada a tendência de redução no valor dos direitos”, aponta o relatório.
Há uma tendência global de estabilização ou baixo crescimento nos valores de contratos de direitos de transmissão, avalia o relatório. A Ligue 1 francesa, por exemplo, não conseguiu renovar seu contrato para o ciclo 2024 e 2025 e sofre para encontrar um pagador. Na Série A da Itália, houve renovação abaixo do valor do último contrato – embora haja uma cláusula de divisão de rendas caso as assinaturas ultrapassem um valor estabelecido.
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A melhora nos indicadores leva à conclusão de que houve um aumento de interesse do torcedor pelo futebol, “pois o estádio é o palco de relacionamento com o clube e os atletas”. “Consequentemente, essa tendência positiva de engajamento do torcedor se reflete em aumentos relevantes nas receitas com Bilheteria e Sócio Torcedor que cresceram 25% e 72%, respectivamente, em comparação a 2022”.
Desagregados, o programa de sócio torcedor levou R$ 705 milhões aos bolsos dos clubes, enquanto bilheteria se reverteu em R$ 806 milhões. Ainda há, no entanto, uma capacidade não utilizada na ocupação dos estádios que representa um potencial de mais R$ 500 milhões para os clubes brasileiros, segundo Lucas de Paula, sócio fundador da consultoria Outfield.
Quanto cada clube arrecadou com bilheteria e sócio-torcedor
As principais arrecadações de clubes brasileiros ficaram, na ordem, com Flamengo, Corinthians, São Paulo e Palmeiras. “Com maior eficiência operacional no B2C, Palmeiras, Flamengo e Corinthians lideram o quadrante de maiores ocupações e maiores tickets médio. Isso se explica não somente pelo bom desempenho nas competições que disputam, mas também pela boa experiência oferecida em seus estádios, todos equipamentos novos ou reformados recentemente”, aponta o relatório.
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Clube | Sócio-torcedor | Bilheteria | Total |
Flamengo | R$ 90 milhões | R$ 169 milhões | R$ 259 milhões |
Corinthians | R$ 107 milhões | R$ 91 milhões | R$ 197 milhões |
São Paulo | R$ 21 milhões | R$ 110 milhões | R$ 131 milhões |
Palmeiras | R$ 59 milhões | R$ 63 milhões | R$ 122 milhões |
Internacional | R$ 76 milhões | R$ 20 milhões | R$ 96 milhões |
Fluminense | R$ 57 milhões | R$ 39 milhões | R$ 96 milhões |
Atlético-MG | R$ 33 milhões | R$ 53 milhões | R$ 85 milhões |
Athletico-PR | R$ 45 milhões | R$ 33 milhões | R$ 78 milhões |
Grêmio | R$ 63 milhões | R$ 2 milhões | R$ 65 milhões |
Botafogo | R$ 28 milhões | R$ 34 milhões | R$ 62 milhões |
Cruzeiro | R$ 31 milhões | R$ 29 milhões | R$ 60 milhões |
Vasco | R$ 32 milhões | R$ 26 milhões | R$ 57 milhões |
Fortaleza | R$ 35 milhões | R$ 20 milhões | R$ 55 milhões |
Bahia | R$ 26 milhões | R$ 23 milhões | R$ 49 milhões |
Coritiba | R$ 27 milhões | R$ 12 milhões | R$ 39 milhões |
Santos | R$ 18 milhões | R$ 8 milhões | R$ 26 milhões |