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Bets gastam R$ 560 mi com patrocínio no futebol – mas ainda sobram fichas para gastar

Clubes da Série A somam mais de R$ 560 milhões em contratos com casas de apostas - que têm orçamento para marketing na casa dos bilhões

Rodrigo Loureiro

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Apenas cinco times da primeira divisão do campeonato brasileiro de futebol não são patrocinados por casas de apostas online. As chamadas bets marcam presença nas camisas do futebol nacional e já são responsáveis por mais de R$ 560 milhões que vão entrar nos cofres de 14 dos principais clubes do País nos próximos meses.

Detalhe: apesar da cifra milionária, essa é apenas uma fração do orçamento de marketing de que as bets dispõem. O gasto total do setor em marketing gira entre R$ 5,8 bilhões e R$ 8,8 bilhões, segundo um estudo do Itaú sobre o setor.

O último grande clube a assinar com uma empresa do ramo foi o Vasco da Gama. Em maio, o cruzmaltino fechou o patrocínio máster – que ocupa o espaço principal da camisa de jogo – com a Betfair. O acordo é válido até o fim de 2025 e vai trazer R$ 115 milhões para os cofres de São Januário.

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O acordo faz da camisa do Vasco uma das mais valiosas do futebol brasileiro. Apenas Flamengo, Palmeiras, Corinthians e São Paulo possuem acordos mais vantajosos de patrocínio – e desse grupo, só o Palmeiras não estampa uma bet no uniforme da equipe masculina.

Cifras milionárias

Essa abundância não se faz presente somente na quantidade de equipes patrocinadas, mas também nos valores empregados. O Flamengo recebe cerca de R$ 105 milhões por ano da Pixbet. O Corinthians firmou um acordo com a Esportes da Sorte de R$ 103 milhões anuais, além de gatilhos.

O clube do Parque São Jorge, aliás, havia firmado inicialmente outro contrato de patrocínio com uma casa de apostas. No começo do ano, um acordo de R$ 360 milhões por três anos foi assinado com a Vai de Bet. A empresa, porém, rescindiu o contrato unilateralmente em junho. 

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Investimento muito além das camisas

Além de estampar suas marcas nas principais camisas do futebol brasileiro, as casas de apostas também passaram a patrocinar eventos, competições e, recentemente, até mesmo batizaram um estádio. O Santos vendeu os naming rights da Vila Belmiro para a Viva Sorte por R$ 15 milhões anuais até 2034.

Há, porém, quem diga que os números do futebol estão inflacionados. “São valores fora da realidade, mas que estão dando resultado para essas empresas”, diz Amir Somoggi, consultor de marketing esportivo da consultoria Sports Value. “Esses patrocínios mostraram que o marketing esportivo gera retornos.”

Em busca de visibilidade

Mas o que atrai as empresas deste segmento para o futebol brasileiro? A resposta é a visibilidade. “Todas as casas de apostas estão brigando pelo mesmo consumidor e investem para aumentar o reconhecimento de suas marcas”, diz Eduardo Corch, professor de marketing esportivo do Insper.

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O especialista diz que esse movimento é natural e repete um padrão que já foi visto anteriormente com outros segmentos. “Tivemos as empresas de eletroeletrônicos patrocinando os clubes durante um tempo e depois vieram os bancos e instituições financeiras”, afirma Corch.

Entre as empresas de eletroeletrônicos, nomes como Samsung, LG e Semp Toshiba estamparam as camisas de clubes como Corinthians, São Paulo e Santos. Já bancos como BS2, BRB, Banco Inter e, principalmente, a Caixa, foram patrocinadores máster durante a década passada.

Um setor em expansão

No caso das apostas esportivas, as empresas do ramo começaram a ganhar espaço no Brasil em 2018, quando o ex-presidente Michel Temer aprovou a Lei 13.756/2018. Neste ano, o governo federal criou uma Secretaria de Prêmios e Apostas para regulamentar e fiscalizar a prática.

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A ideia do governo federal é tributar as operações. Tanto as empresas como os apostadores têm seus ganhos deduzidos de acordo com alíquotas específicas. As empresas ficam com 88% do faturamento bruto. Os apostadores, por sua vez, arcam com até 15% de imposto nos lucros obtidos.

O estudo do Itaú nesta semana aponta que os brasileiros gastaram mais de R$ 68 bilhões em jogos online nos últimos 12 meses. O relatório mostra que o valor pago em premiações foi de R$ 44,3 bilhões. Ou seja, apenas 64% do valor total gasto nessas casas de apostas retornou aos vencedores.

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