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A BBM Logística, terceiro maior operador do país, reorganizou suas dívidas para buscar um crescimento de dois dígitos acima da inflação neste ano, ao mesmo tempo em que irá reduzir custos por meio da eficiência, projeta Antonio Wrobleski, CEO da companhia.
Para alcançar essa combinação tão almejada por qualquer executivo, Wrobleski acredita que a especialização em alguns segmentos da economia, como florestal, setor calçadista e e-commerce, bem como uma atuação comercial e de marketing mais firme para buscar o cross-selling em sua carteira de clientes, são algumas iniciativas que podem fazer a diferença.
A BBM, que disputa mercado com a líder JSL, tem em sua lista de clientes empresas como Klabin, Amazon, CMPC e Grendene – a Translovato, empresa que faz parte do grupo, é uma das maiores transportadoras de calçados do país.
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“Ano passado começamos a provocar nossos chefes de BUs [unidades de negócio, em inglês] para estimular essas vendas cruzadas. Começamos com um objetivo baixo, de R$ 10 milhões em receitas novas. Em dois meses, já havíamos conquistado R$ 20 milhões”, exemplifica Antonio Wrobleski, em conversa com o IM Business.
A BBM espera um crescimento real de 15% em receita e de redução de 10% nas despesas, por meio de maior digitalização e eficiência em sua operação. Para permitir projeções tão otimistas para 2024, a empresa precisou sentar com os credores de sua terceira emissão de debêntures para negociar um waiver para não ter o vencimento da dívida, estimada em R$ 189 milhões, antecipado por conta de não ter cumprido um dos covenants da operação.
Com apoio de 100% dos credores, a companhia alongou o prazo de vencimento do grosso da dívida em dois anos, de 2026 para 2028. Na prática, a nova debênture desdobra a antiga série única em outras duas, uma de R$ 30 milhões no fim de 2026 e outra R$ 150 milhões no encerramento de 2028 sob novos convenants.
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“Essa renegociação das debêntures representa um passo importante e estratégico para alavancarmos o crescimento da BBM de forma sustentável. Podemos começar 2024 sem nenhuma preocupação com endividamento”, acrescenta Wrobleski.
Outra iniciativa para evitar queima de caixa foram as renegociações de contratos com clientes. Com o aumento no custo do diesel, a parcela do combustível no custo da companhia saiu da faixa de 40% para cerca de 55%, tornando os acordos anteriores defasados. “Nós abrimos mão de cerca de 15% dos nossos contratos, foi o melhor caminho para queimar recursos”, reforça o executivo.
Para o longo prazo, a BBM Logística, que tem registro categoria A na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), diz que uma oferta pública inicial (IPO, em inglês) pode ser uma alternativa, bem como sua volta aos M&As. Para o CEO, tudo vai depender dos valuations do setor daqui para frente. “Hoje as empresas do setor estão negociando a um múltiplo de 4 vezes a receita – antes, era numa faixa de 8 vezes, em linha com o exterior”, lembra Wrobleski.
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No balanço mais recente da BBM, do trimestre encerrado em junho de 2023, a empresa apresentou receita líquida de R$ 380,4 milhões, com prejuízo líquido de R$ 39 milhões, com Ebitda de R$ 39,4 milhões e margem de 10,4%.
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