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Astronautas que viajaram de Boeing podem voltar pela SpaceX – mas só em 2025

Representantes da NASA anunciaram o plano nesta quarta-feira (7)

Bloomberg

Lançamento do foguete Atlas V da United Launch Alliance com dois astronautas a bordo do Starliner-1 Crew Flight Test (CFT) da Boeing em missão para a Estação Espacial Internacional, em Cabo Canaveral, Flórida, EUA
05/06/2024
REUTERS/Steve Nesius
Lançamento do foguete Atlas V da United Launch Alliance com dois astronautas a bordo do Starliner-1 Crew Flight Test (CFT) da Boeing em missão para a Estação Espacial Internacional, em Cabo Canaveral, Flórida, EUA 05/06/2024 REUTERS/Steve Nesius

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A NASA trabalha junto a SpaceX, de Elon Musk, planos para enviar dois astronautas de volta à Terra caso não consigam viajar na problemática nave da Boeing (BOEI34), que os levou ao espaço originalmente.

Representantes da NASA anunciaram o plano de contingência na quarta-feira (7), dizendo que os astronautas Barry “Butch” Wilmore e Sunita “Suni” Williams poderiam retornar à Terra por volta de fevereiro com uma tripulação de duas pessoas na missão Crew-9, da SpaceX. Essa missão está programada para ser lançada na Estação Espacial Internacional em setembro. 

LEIA MAIS: Problemas com a Starliner da Boeing atrasam próxima missão de astronautas da Nasa

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A agência disse que precisa tomar uma decisão final em meados de agosto o retorno dos astronautas na nave espacial da Boeing. A decisão pode ser tomada pelo Administrador Associado da NASA, Jim Free, ou pelo Administrador Bill Nelson, o principal oficial da agência. 

Wilmore e Williams estão morando na Estação Espacial Internacional desde 6 de junho, após o lançamento do voo inaugural tripulado da nave espacial CST-100 Starliner, da Boeing. 

A missão é um teste crítico para determinar se o veículo é seguro para transportar regularmente astronautas para a órbita. Originalmente, os dois astronautas deveriam ficar na estação por aproximadamente uma semana, mas agora estão em órbita há dois meses.

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Se a NASA decidisse seguir o caminho da SpaceX, a Starliner voltaria vazia antes do lançamento da Crew-9.

“Nossas chances de um retorno de uma Starliner não tripulada aumentaram um pouco com base no ponto que as coisas chegaram nas últimas duas semanas”, disse Ken Bowersox, administrador associado da NASA para operações espaciais, durante uma coletiva de imprensa. “É por isso que estamos analisando mais de perto essa opção, para garantir que podemos lidar com isso”.

A Starliner, da Boeing, passou por uma série de problemas técnicos ao tentar atracar na estação espacial, incluindo vazamentos de hélio e propulsores que falharam e tiveram que ser reiniciados. A NASA tem tentado determinar se a Starliner é segura para trazer Wilmore e Williams para casa.

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Se a SpaceX for chamada para devolver Wilmore e Williams, será outro golpe embaraçoso para o programa Starliner, que tem sido atormentado por problemas técnicos durante grande parte de seu desenvolvimento. Além disso, a situação também ressaltaria a dependência do governo da empresa de Musk, que se consolidou como uma parceira essencial do programa espacial dos EUA.

Antes de lançar este voo de teste, Starliner teve uma missão não-tripulada teste mal sucedida em 2019, bem como problemas técnicos que causaram um atraso de sete anos no voo atual. Na semana passada, a Boeing anunciou uma cobrança adicional de US$ 125 milhões no Starliner, colocando seus estouros de custo em US$ 1,6 bilhão desde 2016.

A NASA e a Boeing estão realizando testes e análises enquanto a Starliner está acoplada à estação espacial para entender melhor por que os propulsores falharam.

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A agência anunciou os resultados dos testes em solo na Instalação de Testes de White Sands, da NASA, no final de julho, que indicaram que o superaquecimento das vedações feitas de Teflon pode ser o culpado pelas falhas do propulsor. 

No entanto, a NASA está preocupada porque “não podemos provar com total certeza que o que estamos vendo em órbita é exatamente o que foi replicado no solo”, disse Steve Stich, gerente do programa Commercial Crew da agência.

Representantes da NASA indicaram que pessoas dentro da NASA discordaram sobre se a Starliner está segura para voltar para casa, dada a incerteza, o que levou a um foco maior no plano de contingência da SpaceX. Uma das maiores preocupações é que uma combinação de vazamentos de hélio e falhas no propulsor pode ocorrer enquanto a Starliner tenta sair da órbita, levando a alguma perda de controle do veículo.

“Acredito que pessoas razoáveis ​​podem ter visões diferentes sobre qual caminho devemos tomar”, disse Bowersox.

Nos próximos dias, a NASA e a Boeing coletarão mais dados, atualizarão o software e elaborarão planos sobre como conduzir as diversas opções para o retorno de Wilmore e Williams. 

Especialistas em propulsão de vários centros da NASA estão ajudando as equipes da Starliner a analisar os dados para ver se algo foi esquecido. Depois que todos os dados forem compilados, a agência conduzirá uma revisão formal e fará uma recomendação.