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Assaí mira expansão de serviços financeiros, mas sem descuidar da alavancagem

As possibilidades vão de crédito para empresas a maquininhas; a prioridade nº 1 da companhia, porém, é reduzir a alavancagem

Mitchel Diniz

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Na estratégia atual do Assaí (ASAI3), a redução da alavancagem é a principal prioridade. Contudo, isso não impede que a atacadista avalie, em paralelo, maneiras de diversificar suas operações. A companhia estuda ampliar a oferta de serviços financeiros para pessoas jurídicas, buscando mais autonomia para fidelizar clientes. Além disso, o Assaí deseja entender melhor a rotina de vendas dos consumidores que gerenciam seus próprios negócios e coletar dados a partir disso. Essa é uma aposta em inteligência que ainda está em fase de planejamento e considera diferentes possibilidades.

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Segundo o InfoMoney apurou, diversas soluções financeiras estão sendo estudadas, como linhas de crédito e até maquininhas. Um serviço de adquirência, por exemplo, poderia ajudar o Assaí a conhecer melhor o consumidor final do empreendedor que compra em suas lojas, abrangendo frequentadores de pizzarias, pastelarias e barzinhos que não são necessariamente clientes da atacadista.

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Com essas informações em mãos, o Assaí poderia definir melhor seu sortimento e até mesmo negociar esses dados de mercado com a indústria fornecedora. A partir dessas informações, uma multinacional pode elaborar um novo produto para atender a uma demanda específica, por exemplo.

No passado, quando ainda fazia parte do Grupo Pão de Açúcar (GPA), o Assaí operou com microcrédito para empresas e, já como companhia independente, teve uma experiência com uma maquininha chamada “Passaí”. Atualmente, a atacadista possui um cartão de crédito com o mesmo nome, mas todos os serviços financeiros passam pela FIC, a financeira da qual o Assaí é sócio junto com o GPA (PCAR3) e Casas Bahia (BHIA3), com o Itaú (ITUB4) como acionista majoritário.

O Assaí é visto com um dos players que transformaram o conceito de cash and carry (atacarejo) no Brasil, implementando ambientação, sortimento e serviços típicos de supermercados. “Eu não duvido que, em um ou dois anos, veremos uma perda de ‘share’ dos supermercados em favor do cash and carry”, avalia uma fonte consultada pelo InfoMoney.

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Soluções

O Assaí está prestes a concluir a conversão das duas últimas lojas das 66 que adquiriu do GPA em 2021. Por meio de expansão orgânica, mais 15 unidades estão previstas para este ano. A estratégia de aberturas para os próximos anos é um dos temas discutidos atualmente pelo conselho da empresa, e a redução da alavancagem será essencial para que novos planos sejam traçados.

A relação entre dívida líquida e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da empresa fechou o segundo trimestre deste ano em 3,65 vezes. A meta para o final do ano é reduzir esse indicador para 3,2 vezes. Quanto menor a alavancagem, menor a despesa financeira, permitindo que a empresa disponha de mais recursos para investir.

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Esta semana, o nível de alavancagem da empresa levou o JPMorgan a reduzir sua recomendação para as ações do Assaí. Os analistas do banco projetam que o ritmo de aberturas pode ser reduzido para menos de 10 lojas em 2025, especialmente devido à possibilidade de aumento de juros no país.

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A verdade é que a desalavancagem será crucial não apenas para a continuidade da expansão da rede de lojas, mas também para que a companhia defina outros segmentos de atuação no futuro.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados