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Asper cola em concorrentes na disputa pelo mercado de cibersegurança

Empresa atingiu faturamento de R$ 300 milhões, se aproximando das principais companhias do setor

Iuri Santos

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“O mercado de cibersegurança é como o mercado de vacinas. Todos dia surgem novos vírus”. Sob essa premissa, a Asper vem, ano a ano, aumentando a sua participação no mercado de cibersegurança brasileiro. A companhia fecha 2023 com faturamento de R$ 300 milhões, recorde para a empresa que estipulou uma meta de R$ 500 milhões anuais até 2025.

O resultado do último ano — acima da meta de R$ 240 milhões estipulada pela companhia — coloca a Asper entre as maiores empresas do ramo de cibersegurança atuando no Brasil, junto a concorrentes como ISH Tecnologia, Tempest e os setores de segurança digital das auditorias que compõe o “Big Four” (Ernst & Young, Deloitte, PwC e KPMG).

Fundada em Brasília como uma startup de inteligência de dados para o setor público, a Asper mudou completamente o modelo do seu negócio em 2020, quando migrou sua sede para São Paulo em busca de contas no setor de enterprise (grandes empresas) dispostas a contratarem seus novos serviços com foco em cibersegurança. A empresa oferece sua metodologia e serviço de consultoria com base em softwares terceiros, normalmente desenvolvidos fora do Brasil.

“Nossa leitura foi de que a transformação digital do governo e das empresas nos últimos sete a cinco anos aumentou muito sua exposição digital. Somado a isso, por incrível que pareça, a popularização das criptomoedas também viabilizou o modelo econômico do cibercrime, pela maior facilidade em não ser identificado nas transações”, explica Arthur Gonçalves, CEO da Asper. “Fizemos um plano de negócio de cinco anos e nossa decisão foi de mudar para São Paulo, um centro financeiro, para voltar nossa atuação para o mercado privado com o objetivo de nos consolidarmos e criarmos autoridade técnica, cases robustos”, diz.

Hoje, empresas como Bradesco, XP, JBS, Renner e Votorantim compõem os 80% de clientes da Asper no setor privado, enquanto Petrobras e BNDES são algumas das companhias públicas que dividem os outros 20%. Mas a consultoria de cibersegurança acredita que ainda há muito espaço para crescimento no mercado nacional de cibersegurança — projeção da plataforma Statista aponta para uma receita de US$ 2,84 bilhões (R$ 14 bilhões) do setor no Brasil em 2024. “Além das nossas principais concorrentes, ainda é um mercado muito pulverizado. Tem muitas empresas que faturam na faixa de R$ 10 milhões a R$ 30 milhões. Isso nos dá espaço para consolidação”, diz Gonçalves.

Essa é a principal razão pela qual a Asper não projeta, a curto prazo, uma expansão internacional. As poucas empreitadas da empresa fora do País são em operações estrangeiras de clientes nacionais, como a JBS, mas não representam nem 1% do faturamento anual. Além disso, os gestores avaliam que o setor deve seguir em expansão devido à preocupação cada vez maior das corporações com a proteção de seus sistemas e dados. A consultoria Gartner prevê um crescimento de 14% nos gastos globais com cibersegurança em 2024.

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Expansão da operação

Resultado da soma de aumento no faturamento com a expectativa de novos contratos, a Asper vai inaugurar em fevereiro um novo Centro de Operações de Segurança (SOC) na cidade de São Paulo. A ideia é gerar redundância para o atual SOC, localizado no Rio de Janeiro, e capacidade de expansão com potenciais novos contratos. Os centros de operação são a atividade central da empresa e funcionam como uma sala de situação, em que são monitoradas ameaças de segurança e gerados alertas e respostas a ataques de hackers. 

A companhia sustenta a maior parte do seu crescimento de forma orgânica, com apenas duas aquisições, em 2021: a VisionSet, no Rio de Janeiro, e a Aspectu, em Florianópolis. A empresa não descarta um IPO, mas essa não é a ideia a curto prazo. “Na velocidade em que crescemos, ainda não achamos que é o momento. Na minha visão, temos que ter mais dificuldade para imprimir o mesmo ritmo de crescimento para, aí sim, parar e estruturar o IPO”, diz Gonçalves.

Iuri Santos

Repórter de inovação e negócios no IM Business, do InfoMoney. Graduado em Jornalismo pela Unesp, já passou também pelo E-Investidor, do Estadão.