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Riachuelo aposta em integração do físico com o digital para impulsionar negócio

André Farber, CEO da marca, fala em compromisso com o Brasil e diz que varejista tem 70% da cadeia nacional

Michele Loureiro

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O título desta reportagem foi atualizado às 18h30 desta segunda-feira (8) para refletir de modo mais preciso a estratégia da Riachuelo diante da taxação de 20% sobre compras internacionais.

André Farber, CEO da Riachuelo, uma das maiores varejistas de moda do Brasil, aposta em uma estratégia omnicanal (integração do físico com o digital) para alavancar o negócio e que é natural que se considere produção externa para importar nas mesmas condições mais vantajosas, por conta da decisão da Câmara dos Deputados, que aprovou a taxação de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50.

“É natural que neste cenário se considere produção externa para importar nas mesmas condições mais vantajosas, mas não é o que queremos. Nossa empresa tem um compromisso com o Brasil e com a geração de emprego e renda para os brasileiros”, diz.

Em 2023, foram fabricadas mais de 29 milhões de peças de vestuário pela Guararapes Confecções (GUAR3). “Atualmente, mais de 70% da nossa cadeia é nacional”, afirma o executivo.

Riachuelo. Crédito: Divulgação

Entretanto, a taxação de 20% ainda não foi suficiente para afastar totalmente as decisões de ampliar as importações. “Foi um avanço, sem dúvida, no esforço de tornar as relações comerciais mais equilibradas dentro de um cenário de tributação de ICMS de 17% para as plataformas internacionais contra mais de 90% para o varejo têxtil. Acreditamos muito na competição saudável, que é bem vinda no mercado e nos negócios”, diz o CEO.

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Ele afirma que “ainda há um caminho a ser percorrido, inclusive referente a questões aduaneiras, e não apenas tributárias” e diz que seguirá dialogando e buscando um cenário mais sustentável em relação ao tema.

Enquanto transita no contexto da competição com os marketplaces chineses, a Riachuelo aposta na estratégia de atrair compradores em todos os seus canais. “Em 2023, alcançamos a marca de 17 milhões de clientes ativos no nosso ecossistema. Além disso, a nossa base de clientes continua sendo omnicanal, ou seja, 57% dos nossos clientes que realizaram compras no ambiente digital também são clientes das lojas físicas”, pontua o executivo.

André Farber, da Riachuelo. Crédito: Divulgação

Os canais digitais contribuíram com 7% do total das vendas da companhia no ano passado. “Isso reflete a nossa estratégia central, na qual o cliente tem a liberdade de escolher o canal que melhor se adapta às suas preferências em cada momento de compra”, afirma Farber, que assumiu como CEO da companhia há pouco mais de ano depois de deixar a Dafiti, maior grupo de e-commerces de moda e lifestyle da América Latina, onde também sentava na cadeira principal.

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Na época da contratação do executivo, Flávio Rocha, presidente do Conselho de Administração do Grupo Guararapes, que detém a marca Riachuelo, comentou “o fit perfeito” do executivo com a marca e chegada do executivo para dar atenção ao ambiente digital.

Números no vermelho

No entanto, sob o comando de Farber a empresa reportou um resultado líquido negativo no primeiro trimestre de 2024, com um prejuízo de R$ 116,9 milhões, valor que representa uma redução de 33,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior. “Os resultados mostram que estamos atuando com disciplina e priorizando os projetos essenciais, comprometidos em manter os níveis de investimento estabelecidos em 2023”, diz Farber.

Mesmo assim, o executivo é otimista. “Geramos melhoria em todos os indicadores operacionais e financeiros da companhia, entre eles uma receita líquida consolidada de R$2 bilhões, crescimento de 9,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, e um EBITDA consolidado de R$211,8 milhões, 2,4 vezes superior ao do primeiro trimestre de 2023”, pontua o CEO.

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Planos para o futuro

Sem dar muitas pistas dos planos de expansão da companhia para este ano, ele apenas reforça a abertura de duas lojas Carter’s durante o primeiro trimestre. Atualmente, o grupo possui 411 lojas, em todas as regiões do Brasil, das quais 332 são lojas da Riachuelo, 63 Carter’s, 12 Casa Riachuelo e quatro FANLAB. Além disso, a Riachuelo possui também lojas no modelo store in store (SIS), sendo 13 Casa Riachuelo SIS e 2 Carter’s SIS.

“Seguimos atentos aos movimentos relacionados ao varejo de forma geral e focados no fortalecimento de todas as frentes do nosso negócio, que une indústria, varejo e serviços financeiros”, finaliza Farber.

Michele Loureiro

Jornalista colaboradora do InfoMoney