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Após forte alta dos lucros em 2023, Bunge projeta queda em 2024

No quarto trimestre, resultado líquido da múlti alcançou US$ 616 milhões

Fernando Lopes

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A americana Bunge, uma das maiores empresas de agronegócios do mundo, com forte presença no Brasil, encerrou o quarto trimestre de 2023 com lucro líquido de US$ 616 milhões, 83,3% mais que em igual período do exercício anterior. A receita líquida da companhia alcançou US$ 10,955 bilhões, praticamente estável na mesma comparação. Em todo o ano passado, o lucro líquido aumentou 39,3%, para US$ 2,243 bilhões, e a receita líquida recuou 10,3%, para US$ 42,764 bilhões.

Esses avanços foram puxados, sobretudo, pelas operações na divisão que inclui originação e exportação de grãos, onde os volumes movimentados foram robustos (76 milhões de toneladas em 2023 como um todo) e também na área de processamento, beneficiada pela queda dos preços de soja e milho, principalmente no segundo semestre. Mas essa queda se aprofundou nos últimos meses, o que tende a ter impacto negativo sobre os resultados neste trimestre e ao longo deste ano.

“Olhando para 2024, esperamos um ambiente de mercado menos robusto”, afirma Greg Heckman, CEO da Bunge, em comunicado. Segundo a multinacional, seu lucro ajustado deverá diminuir em cerca de um terço neste ano, para o patamar de US$ 9 por ação. Com as relações globais entre oferta e demanda de soja e milho relativamente confortáveis, a expectativa no mercado é que as cotações desses grãos, os mais movimentados pela Bunge, permaneçam sob pressão.

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