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Segunda menor cidade em extensão territorial de Santa Catarina, Balneário Camboriú renova de tempos em tempos a posição de metro quadrado mais caro do país. O munícipio virou destino certo de ricaços em busca de uma segunda casa para chamar de sua. Boa parte dos arranha-céus que contornam o litoral do munícipio surgiram a partir dos investimentos da Embraed, incorporadora fundada em 1984.
Sob comando de Tatiana Rosa, a empresa tem dado vazão ao mercado de condomínios de luxo na região. Diante da baixa vacância no local, a Embraed tem apostado em substituir projetos antigos por unidades novas e buscado diversificar seu roteiro de expansão, fazendo lançamentos, inclusive, no Paraná.
Para este ano, a grande aposta da empresa está em um empreendimento que será lançado em Curitiba, no segundo semestre. Com valor geral de vendas (VGV) de R$ 250 milhões e apartamentos de 380 metros quadrados, será o primeiro projeto da Embraed na capital paranaense, após um investimento em outra cidade do estado: Maringá.
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Embora diversificar pareça um movimento inevitável para a construtora, a executiva adota parcimônia antes de desbravar novas regiões. “Sair para além de Santa Catarina e do Paraná não é uma coisa que a gente está estudando agora”, diz a executiva ao IM Business. “Mas queremos, aos poucos, testar novos mercados, de preferência em cidades onde os moradores já têm uma segunda casa em Balneário.”
Uma das poucas mulheres na linha de frente do setor imobiliário no país, Tatiana assumiu a empresa no fim de 2013, após a morte de seu pai, Rogério Rosa, fundador da Embraed. Ela conta que viu a vida virar do avesso do dia para noite.
“Foi um desafio grande. Eu precisei de uma hora para outra aprender direito, controladoria, vendas, arquitetura, engenharia e tudo mais. E me vi naquela pressão de agir como o meu pai agiria”, diz Tatiana. “Em certo momento, caí na real de que eu deveria agir como eu mesma. Daí, as coisas começaram a fluir mais e comecei a trabalhar dando um passo de cada vez.”
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Ela conta que a empresa estava “na cabeça do pai”. “De relatórios financeiros a clientes, fornecedores, a quem procurar”, diz a CEO da Embraed. Diante disso, enxergou a necessidade de promover uma profissionalização da gestão da companhia. “Começamos a caminhada da governança corporativa, avaliando processos e trazendo funcionários de outras regiões, com outros pensamentos e outros jeitos de resolver problemas que tínhamos na operação.”
Com a gestão azeitada, a empresa triplicou seu faturamento para mais de R$ 600 milhões e lançou mais de R$ 4 bilhões em VGV no último triênio. Os balanços estão sendo auditados pelas Big Four há alguns anos, mas Tatiana revela que não pensa, por ora, em abrir o capital da Embraed na Bolsa – já que não vê necessidade de capitalização no momento.
“O IPO não é uma coisa para se jogar fora, mas também quero avaliar bastante o momento de fazer isso, se formos fazer”, aponta ela. “Temos landbank que nos permite lançar até R$ 15 bilhões nos próximos cinco anos.”
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Arranha-céu de 200 metros
Um dos projetos que a CEO fala com mais orgulho é o Hyde Atlântica 4312. Com 200 metros de altura, o arranha-céu de Balneário Camboriú será um dos dez edifícios mais altos do país e tem previsão de entrega para 2028. O projeto conta com uma “praia privativa” em um espaço de 2,4 mil metros quadrados, uma piscina revestida em cristal pool, que proporciona sensação de pisar na areia.
Tatiana chama o projeto de “pérola” e diz que o foco é promover uma experiência calcada na natureza e no bem-estar em seus edifícios. Apesar dos atrativos, ela revela que os apartamentos ficam vazios na maior parte do tempo. “A maioria dos nossos edifícios fica vazio durante 80% do ano. Eles lotam mais aos fins de semana”.
Um fenômeno apontado por Bruno Cassola, corretor de imóveis de Balneário Camboriú, é a derrubada de prédios antigos a fim de dar espaço para novas estruturas. “A gente vê uma virada de chave que é a demolição de prédios mais baixos e pequenos comércios antigos para substituir por novos hotéis e novas construções”, diz. Nesse sentido, a Embraed pretende demolir um prédio de 16 andares para construir um de 75 no mesmo local.
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