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A chinesa Alibaba está reduzindo os preços para clientes do seu serviço de nuvem dos Estados Unidos a Cingapura em até 59%, refletindo grandes descontos em seu mercado de origem, enquanto a divisão, que já foi bem-sucedida, luta para fazer frente aos rivais e retomar crescimento.
A mudança coincide com um aumento na procura de computação em nuvem para apoiar um boom global no desenvolvimento de inteligência artificial, bem como com uma complicada reestruturação interna. O CEO Eddie Wu está conduzindo uma reforma abrangente para tentar revitalizar os principais negócios do Alibaba, incluindo o comércio eletrônico. O Alibaba cancelou os planos de listagem pública da divisão de de nuvem em novembro passado, citando dificuldades para obter os chips de ponta da Nvidia, dos quais preciso para competir no mercado, e tem enfrentado concorrência crescente do conglomerado tecnológico Tencent.
Empresa sediada em Hangzhou, o Alibaba reduziu os preços em uma média de 23% para cerca de 500 especificações de produtos em nuvem. Esses descontos estão agora disponíveis para clientes em 13 regiões, incluindo Japão, Indonésia, Emirados Árabes Unidos e Alemanha.
As ações da empresa em Hong Kong reduziram os ganhos após o anúncio, sendo negociadas com alta de cerca de 0,5%.
O Alibaba é o maior fornecedor de serviços em nuvem da China, mas um player relativamente pequeno em comparação com os líderes globais Amazon e Microsoft. A empresa perdeu market share na China para rivais apoiadas pelo governo e tem lutado para ganhar terreno fora do país, já que sua expansão foi afetada por repressões a empresas de internet chinesas e restrições comerciais dos Estados Unidos.
A receita da divisão de nuvem, que ultrapassou US$ 11 bilhões em seu último ano fiscal completo, deverá cair 2% no trimestre encerrado agora em março.
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O presidente do conselho de administração da empresa, Joe Tsai, reconheceu em uma entrevista ao principal acionista, Norges Bank, que as restrições aos chips nos EUA representavam um “grande problema” para os provedores de nuvem chineses. Embora os estoques armazenados ainda possam ser usados para treinar grandes modelos de linguagem nos próximos 12 a 18 meses, o acesso limitado ao hardware de ponta da Nvidia impactará as empresas no curto e médio prazo, antes que haja alternativas domésticas, disse Tsai.
Na avaliação da Bloomberg Intelligence, os cortes de preços do Alibaba para serviços em nuvem fora da China afirmam um foco maior no crescimento da receita do que em lucratividade no ano fiscal que termina em março de 2025. As estimativas de consenso, que apontam para um aumento de dois pontos percentuais na margem Ebita ajustada do negócio em 2025 em relação ao ano anterior, parecem exageradamente otimista, afirmam os analistas Catherine Lim e Trini Tan.
Os ajustes seguem os cortes de preços do Alibaba na China para mais de 100 ofertas principais de nuvem em até 55%, no último mês de fevereiro. O movimento provocou uma guerra de preços, à medida que rivais como a JD.com responderam com suas próprias rodadas de descontos. Fevereiro também marcou o segundo grande corte de preços do Alibaba nos últimos meses.
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Os executivos da nuvem disseram na segunda-feira que os clientes internacionais novos e existentes aproveitariam os novos descontos, incluindo o corte de um pacote de armazenamento de dados de um ano, popular entre as pequenas empresas, de US$ 63 para US$ 16,99. A empresa também disse que aumentaria os descontos e taxas de comissão para revendedores, além de disponibilizar sua plataforma de computação de inteligência artificial PAI-Lingjun em Cingapura.
“Nossa mais recente estratégia de preços foi projetada não apenas para recompensar assinantes de longo prazo com descontos mais substanciais, mas também para garantir que as empresas possam ter uma base estável para desenvolver suas estratégias de longo prazo ao planejar e desenvolver suas próprias aplicações de IA”, Selina Yuan , disse o presidente do braço de negócios internacionais da unidade de nuvem, em comunicado.