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Agtech negocia pulverização por drone em 2 milhões de hectares

Psyche Aerospace projeta receita de R$ 200 milhões com venda de serviço e frota própria de aeronaves no primeiro ano de operação

Alexandre Inacio

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Dois anos após ter sido criada, a brasileira Psyche Aerospace realizou o primeiro voo público com um drone autônomo desenvolvido em sua fábrica de São José dos Campos (SP). O protótipo é o maior do mercado, em termos de capacidade, a pousar e decolar verticalmente.

A empresa atua na pulverização de áreas agrícolas e já tem contratos assinados para uso de seus serviços em 500 mil hectares. A expectativa é que a operação comercial da startup tenha início no segundo semestre de 2024.

Em conversa com o IM Business, o fundador e CEO da companhia, Gabriel Leal, disse que a companhia tem cartas de intenção assinadas para pulverizar 2,5 milhões até o fim do ano. Uma das empresas que mantêm conversas com a Psyche é a francesa Tereos, do segmento sucroalcooleiro.

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Gabriel Leal, CEO da Psyche Aerospace (Foto: Divulgação)

“Entre agosto e setembro, estaremos produzindo três drones por dia. Com isso, teremos capacidade para cobrir 6 milhões de hectares, área que alcançaremos nos próximos 12 meses”, disse Leal.

A grande aposta da Psyche é na prestação de serviços, não na comercialização dos equipamentos. Com um custo mais baixo por hectare, a startup quer roubar mercado da aviação agrícola e também das fabricantes e montadoras de equipamentos de pulverização.

Pelas simulações da empresa, com drones a aplicação sobre mil hectares pode ser feita em cinco horas de trabalho a um custo anual de R$ 380 mil. Para a mesma área, a aplicação com aviões leva de um a dois dias, a um custo entre R$ 450 mil e R$ 550 mil.

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Usando o tradicional trator, com implemento acoplado, o trabalho dura de quatro a cinco dias, com desembolso de R$ 810 mil. “O equipamento faz uma aplicação a 80 quilômetros por hora, com reabastecimento automático ao término de cada pulverização”, disse Leal.

Fábrica da Psyche Aerospace em São José dos Campos (Foto: Divulgação)

O sistema de abastecimento desenvolvido pela startup é feito por meio das chamadas “belugas”. São contêineres adaptados com tanques capazes de armazenar até 60 mil litros de produtos químicos. Ao término das dez horas de autonomia de voo, os drones voltam às belugas, onde são reabastecidos em 30 segundos.

O mercado de pulverização agrícola movimenta anualmente cerca de R$ 25 bilhões no Brasil. A expectativa da Psyche é atender, num primeiro momento, os segmentos de celulose, cana-de-açúcar e grãos e chegar a uma receita de até R$ 200 milhões nos primeiros 12 meses de operação.