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AgroGalaxy reduz níveis hierárquicos, fecha lojas e muda gestão regional de negócios

Medidas concluem uma reestruturação iniciada há quase um ano

Fernando Lopes

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Depois de alongar dívidas e fortalecer sua estrutura de capital, a AgroGalaxy, uma das maiores varejistas de insumos agrícolas do país, anunciou na manhã desta terça-feira uma reorganização em seu modelo de gestão, marcada por redução de níveis hierárquicos, enxugamento de pessoal, fechamento de lojas e a implantação de uma nova divisão regional de atuação. A empresa também confirmou que Welles Pascoal deixará o cargo de CEO e será substituído, a partir de 1º de março, por Axel Labourt, que atualmente é o COO da companhia.

“É a conclusão de um processo que começou no primeiro trimestre do ano passado. O objetivo é sermos uma empresa com uma estrutura capaz de atravessar períodos conturbados como 2023 e, talvez, 2024”, afirmou Pascoal em teleconferência com jornalistas. A pandemia e a invasão russa na Ucrânia tumultuaram o mercado global de defensivos e fertilizantes, gerando grandes oscilações de preços. Em 2022, altas expressivas beneficiaram as empresas do segmento, mas no ano passado fortes quedas golpearam os resultados, também prejudicados pelo cenário mais difícil para os produtores de grãos, que enfrentaram problemas climáticos e retração das cotações.

Welles Pascoal, que deixará o cargo de CEO da AgroGalaxy (foto: Divulgação)

Para ganhar agilidade no processo de tomada de decisões e se aproximar dos agricultores, a AgroGalaxy eliminou dois níveis hierárquicos entre o CEO e os consultores técnicos de campo e ampliou de dois para cinco o número de vice-presidentes de negócios, que agora têm mais autonomia. O ajuste gerou uma redução “líquida” de 80 posições de trabalho, levando em consideração que houve algumas contratações para dar suporte à nova divisão regional.

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Antes organizada em duas torres (Sul e Norte), com quatro unidades de negócios em cada uma, a companhia passou a contar com cinco unidades de negócios – Sul (basicamente Paraná), Sudeste (parte do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais), Cerrado-Oeste (Mato Grosso), Cerrado Leste (Goiás e Mapito) e Mato Grosso do Sul. No total, 14 Estados continuam a ser atendidos. Além disso, a AgroGalaxy continua a ter uma unidade de beneficiamento de sementes.

Nessa reorganização, 19 lojas estão sendo afetadas. Boa parte delas será fechada, e algumas estão sendo “redesenhadas”. Após alongar dívidas no valor de R$ 839 milhões, em setembro, e de anunciar uma injeção de R$ 188 milhões por parte de Fundos de Investimento em Participações Multiestratégia (FIP) geridos pela Aqua Capital, sua controladora, em dezembro, a AgroGalaxy já havia sinalizado a suspensão de sua expansão por dois anos e a redução do número de lojas.

Com a conjuntura adversa, a receita líquida da empresa caiu 14,7% de janeiro a setembro de 2023 ante igual período do ano anterior, para R$ 7 bilhões. O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado diminuiu 82,8%, para R$ 60,5 milhões, e houve prejuízo de R$ 442,5 milhões. Os resultados do quarto trimestre do ano passado ainda não foram divulgados, mas as perspectivas para 2024 são melhores, apensar das incertezas climáticas e da persistente queda dos grãos.

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“Tivemos duas grandes feiras agro neste início de ano, com surpresas positivas. Fechamos muitas operações de barter [troca de insumos por colheitas futuras] com os produtores”, disse Labourt. Ele assumirá o timão da AgroGalaxy em pouco menos de um mês. A saída de Welles Pascoal está prevista desde que ele voltou ao cargo de CEO, no início do ano passado.

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