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Agrion inaugura fábrica de fertilizantes em Minas Gerais

Unidade demandou investimentos de R$ 30 milhões e é a primeira de 20 que poderão entrar em operação até 2033

Alexandre Inacio

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A brasileira Agrion inaugura nesta quarta-feira (29) sua primeira fábrica de fertilizantes organominerais. A unidade está instalada ao lado da usina Aroeira, em Tupaciguara (MG), a 600 quilômetros da capital mineira, próxima a Itumbiara, na divisa com Goiás.

A construção levou praticamente 12 meses para ser concluída e demandou investimentos de R$ 30 milhões, assumidos integralmente pela Agrion. A empresa estruturou um CRA no valor do projeto para financiar a obra.

O projeto é desenvolvido em parceria com a Aroeira. A usina fornece os insumos orgânicos, residuais do processo industrial (torta de filtro, vinhaça e energia). Com a matéria-prima, a Agrion adiciona o trio de fertilizantes NPK e cria mais de 400 formulações, divididas em cinco linhas de produtos.

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“Temos um contrato de dez anos com a Aroeira, renováveis por mais dez. Assim, conseguimos acesso aos insumos e a usina tem prioridade no fertilizante, na formulação mais adequada”, disse Érnani Judice, CEO da Agrion, ao IM Business.

Ernani Judice CEO da Agrion (foto: divulgação)

A unidade inaugurada hoje tem capacidade para produzir até 60 mil toneladas de fertilizantes por ano, dependendo do tipo de produto, suficientes para cobrir 100 mil hectares de lavoura. Aproximadamente 50% da produção será destinada à Aroeira.

Segundo Judice, a usina tem 40 mil hectares plantados com cana. O fertilizante não consumido pela usina será comercializado com fornecedores da unidade e outros produtores dentro de um raio de 200 quilômetros, de onde virá a maior parte dos recursos para monetizar o projeto.

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O modelo de negócio da Agrion segue uma lógica particular. A empresa busca parceiros que ancorem a instalação da fábrica e forneçam os insumos básicos. Na outra ponta, o parceiro vê seus custos logísticos e de aquisição de fertilizantes serem reduzidos.

No caso da Aroeira, a usina terá uma economia de aproximadamente R$ 15,5 milhões, apenas no primeiro ano de operação. Além do fertilizante mais barato, a usina ganha uma participação na venda do fertilizante excedente e tem uma geração adicional de CBios (créditos de descarbonização) para ser comercializado.

Primeira unidade de fertilizantes da Agrion, instalada na usina Aroeira, em Tupaciguara (MG) (foto: divulgação)

“Já temos 15 memorandos de entendimento assinados para instalação de novas fábricas. Queremos fazer 20 unidades ao longo dos próximos dez anos”, afirma Judice.

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Por enquanto, o setor sucroenergético tem sido o foco da Agrion. A segunda unidade será instalada em uma usina em Pernambuco, prevista para o primeiro trimestre de 2024. Porém, Judice diz que já tem conversas com outros segmentos que, sem sua avaliação, podem ser interessantes, como confinamentos e indústrias de papel e celulose.

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