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Há pouco mais de um ano na estrada, a Addiante começa a ganhar terreno em um mercado com grandes players já estabelecidos, como o Grupo Vamos e a Unidas Frotas, na locação de veículos pesados. Com um aporte inicial de R$ 250 milhões vindo de Gerdau e Randon, em que cada uma detém 50% do negócio, a empresa conseguiu fechar algumas centenas de milhões (a empresa não abre seus números) em contratos no seu primeiro ano de operações, com uma duração média de 65 meses.
Fábio Leite, CEO da Addiante, explica que o resultado superou as expectativas e permitiu que a empresa acelerasse a oferta de mais produtos. “Nossos primeiros produtos a ganhar escala foram as carretas e os implementos para caminhões, até pela expertise da Randon. Com o crescimento, já antecipamos os nossos produtos para locação de máquinas e a tendência é que esse serviço avance mais no próximo ano”, projeta o executivo ao IM Business.
Um diferencial que a Addiante teve em seu início em relação aos concorrentes, diz o CEO, foi contar com a rede de concessionárias da Randon. Com mais de 80 unidades em todas as regiões do país, a empresa conseguiu treinar os vendedores também para ofertar a terceirização de frota. “Essas ‘casas’ da Randon nos dão uma força comercial a mais, tanto pela experiência quanto pelo conhecimento das regiões”, acrescenta. Como parâmetro, o Grupo Vamos está presente em 62 concessionárias pelo país e registrou receita líquida de R$ 2,1 bilhões de janeiro a setembro deste ano, com R$ 4,5 bilhões de capex contratado.
Setores como agronegócio, saneamento, mineração, construção e logística são alguns dos que buscaram os serviços da Addiante. E, embora os atuais incumbentes do mercado estejam em um estágio mais avançado que a companhia, o executivo diz que apenas 1,5% da frota de pesados no país é alugada.
“O Brasil tem 3,5 milhões de caminhões, pouco mais de 10% dos Estados Unidos, e a frota brasileira está com uma idade avançada em relação a outros países”, inicia Fábio Leite. “E hoje, com as empresas adotando uma lógica cada vez maior de asset light, a tendência é que elas optem por terceirizar suas frotas para ter mais capex para investir em seu negócio principal”, reforça o CEOe. O próximo passo é conseguir avançar mais na terceirização completa, ou seja, que a Addiante atenda seus clientes desde a locação do veículo até a oferta dos operadores das máquinas.
Se o negócio de locação de veículos pesados soa complementar para a Randon, no caso da Gerdau a chance de se verticalizar foi um atrativo. “A Randon estudava há pelo menos cinco anos esse mercado e a Gerdau via sentido em avançar na cadeia, até pela sua dependência de frota”, lembra. Foi em um evento sobre mobilidade que os executivos das duas empresas se aproximaram e a ideia avançou até que rápido.” Em sete meses, a joint venture já estava estruturada, aguardando o aval do Cade”, relembra Leite.
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A autorização do órgão antitruste ocorreu em novembro de 2022. Fábio Leite, profissional com mais de 20 anos no setor logístico e que passou por cargos de liderança na Unidas e na Bamaq, foi chamado para tocar o negócio desde seu início, quando a empresa ainda ocupava um coworking – atualmente, a companhia possui uma sede própria em Curitiba. A Addiante ainda não conta com a Gerdau na sua carteira de clientes, mas já está se habilitando para participar das licitações internas da siderúrgica, o que pode ser uma outra avenida de crescimento para os próximos anos.
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