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De olho nos bilhões de reais que as maiores gestoras de patrimônio têm sob custódia, a XP decidiu aplicar o conceito de white label ao universo dos ativos financeiros. Uma versão da plataforma de investimentos da corretora, customizável com a identidade visual dos escritórios que atendem os clientes mais endinheirados, sai do forno nessa semana.
Trocando em miúdos: hoje, os clientes de uma gestora de patrimônio que desejam aplicar em ativos ofertados pela XP precisam acessar o aplicativo da corretora para fazer a transação. Com a plataforma white label, a negociação passará a acontecer diretamente em um aplicativo com a marca da gestora – que, em verdade, dará acesso à infraestrutura e aos produtos da XP.
“O aplicativo é da instituição parceira, mas todo o chassi é da XP”, explica Bruno Ballista, sócio e head de assessoria e relacionamento com cliente da XP. “Quem usar nosso white label estará consumindo toda a nossa infraestrutura, bandas tecnológicas, latência, APIs com o sistema financeiro”.
A Azimut Brasil Wealth Management é a primeira de três gestoras de patrimônio que usarão a plataforma white label agora na estreia do serviço – as outras duas são a WHG e a Monte Bravo, cujos aplicativos devem entrar em operação ao longo do primeiro semestre de 2024.
“Sem tecnologia não há escalabilidade”, diz Wilson Barcellos, CEO da Azimut. “Mas não temos a expertise nem o capex para investir em um aplicativo complexo como esse. Nosso foco é a gestão de patrimônio”.
Até o fim de 2023, a XP estima que mais de R$ 80 bilhões em valor sob custódia estarão vinculados à plataforma white label, valor que deve saltar para cerca de R$ 200 bilhões até dezembro de 2024.
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Para a gestora, uma vantagem é a possibilidade de customizar não apenas a identidade visual, como também a oferta de produtos e a organização das ferramentas dentro do aplicativo white label. Assim, se os gestores da Azimut têm convicção sobre uma determinada estratégia para as carteiras dos seus clientes, a disposição dos elementos no aplicativo pode ser feita de modo a privilegiar a visualização dos ativos recomendados. “Não restrinjo o acesso, mas dou foco àquilo em que acredito”, diz Barcellos.
Já para a XP, a criação do white label responde à necessidade de atrair e fidelizar as gestoras de patrimônio parceiras. Afinal, empresas como Azimut, WHG ou Monte Bravo são independentes por natureza, ou seja, não recomendam exclusivamente produtos da XP quando estão alocando as carteiras dos seus clientes.
“Queremos que os parceiros trabalhem cada vez mais com a XP, e isso passa por ter uma solução como o aplicativo. Queremos que seja um fator de diferenciação do nosso serviço e vamos priorizar quem realmente está envolvido com a gente”, diz Ballista, lembrando que não haverá custos pela plataforma para as gestoras.
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Por enquanto, só gestoras de patrimônio e DTVMs (distribuidoras de valores) poderão ter seus próprios aplicativos a partir da plataforma white label da XP. “No ano que vem começaremos a estudar como maximizar o uso, podendo envolver outros canais, como consultorias de investimento e agentes autônomos. Mas não temos uma visão clara se e quando terão acesso”, diz Ballista.
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