Quem é o cientista brasileiro que está entre as 50 pessoas mais influentes do mundo?

Pesquisador Carlos Monteiro foi considerado uma das 50 pessoas mais influentes para 2025 pelo The Washington Post

Estadão Conteúdo

Carlos Monteiro, cientista brasileiro, foi escolhido como uma das 50 pessoas mais influentes de 2025 (Reprodução/Washington Post)
Carlos Monteiro, cientista brasileiro, foi escolhido como uma das 50 pessoas mais influentes de 2025 (Reprodução/Washington Post)

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O pesquisador brasileiro Carlos Monteiro, de 76 anos, foi escolhido uma das 50 pessoas mais influentes para 2025 pelo jornal americano The Washington Post. O cientista, que é membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), cunhou o conceito de alimentos ultraprocessados e, por isso, é um dos mais citados em artigos científicos em todo o mundo, tornando-se referência internacional no tema.

Monteiro é professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), onde fundou o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens). Recentemente, o cientista assinou um editorial na publicação científica British Medical Journal (BMJ) sobre o estudo que avaliou dados de dez milhões de pessoas em todo o mundo, apontando relação direta entre o consumo de ultraprocessados e o aumento do risco de desenvolvimento de 32 doenças, entre elas, problemas cardiovasculares, câncer e transtornos mentais.

O editor executivo do The Washington Post, Matt Murray, afirmou que o objetivo da lista é apresentar “um grupo fascinante de pessoas que, esperamos, causem impacto este ano”. Os jornalistas do periódico selecionaram mais de 200 nomes em diferentes áreas de atuação que foram reduzidos a 50.

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Além do brasileiro, figuram na lista nomes como o do advogado Chase Strangio, que defende o direito de transgêneros; da especialista em Robótica Danielle Boyer, responsável por preservar línguas indígenas em extinção, de Álvaro Silberstein, o CEO que faz roteiros de viagens para pessoas com deficiências; do comediante Ronny Chieng, que busca inspiração nos momentos “ilógicos” de nosso tempo; entre muitos outros.

O jornal americano publicou os perfis de cada um dos 50 selecionados. O do cientista brasileiro é assinado pelo colunista de Saúde do Post Anahad O’Connor. No texto, o jornalista conta que Monteiro introduziu o conceito de ultraprocessados em 2009, ao criar um novo sistema de classificação de alimentos.

Usado em todo o mundo, o sistema define o grau de processamento dos alimentos e apresenta a categoria dos ultraporcessados – formulações que passam por diversas etapas industriais e têm a adição de ingredientes sintéticos, como emulsificantes, saborizantes e conservantes.

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“Nos últimos anos, dezenas de estudos descobriram que, quando as pessoas consomem alimentos ultraprocessados, elas acabam consumindo mais calorias, ganhando mais peso e tendo o risco aumentado para 32 problemas de saúde diferentes”, escreveu o jornalista no perfil do brasileiro. “Muitos países já emitirem diretrizes dietéticas para o consumo desse tipo de alimento.”

Em entrevista ao jornal americano, Monteiro defendeu “uma reorientação em nossas políticas de alimentação e nutrição”, com restrição de propaganda dos produtos, alertas nos rótulos e cobrança maior de impostos sobre esses produtos nocivos à saúde.

(com Estadão Conteúdo)