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A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (13), uma operação contra uma organização criminosa que fraudava o Programa Farmácia Popular para financiar uma rede internacional de tráfico de drogas.
O esquema envolvia farmácias inativas que permaneciam cadastradas no programa e serviam para registrar vendas fictícias de medicamentos. O dinheiro desviado era utilizado para financiar o comércio de entorpecentes vindos de países da América do Sul.
A Justiça Federal de Goiás expediu 106 ordens judiciais, incluindo seis mandados de prisão, 26 de busca e apreensão, além de medidas de bloqueio de bens e ativos financeiros, totalizando R$ 39 milhões. As ações ocorrem em Goiás, Paraíba, Mato Grosso, Acre, Minas Gerais e no Distrito Federal.
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O caso começou a ser investigado após a prisão de dois suspeitos transportando grande quantidade de cocaína para Luziânia (GO). A carga pertencia a um traficante que chegou a disputar as eleições municipais de 2024 para vereador. Segundo a PF, a rede criminosa atuava na importação de drogas da Bolívia, Colômbia e Peru, revendendo os entorpecentes no Distrito Federal e em outros estados.
O rastreamento das transações financeiras do grupo revelou que os traficantes utilizavam farmácias como fachada para lavagem de dinheiro. No total, foram identificadas 28 empresas registradas no Farmácia Popular e utilizadas para fraudar o programa. O esquema envolvia a compra de farmácias desativadas, cujos cadastros eram mantidos ativos. Em seguida, os criminosos faziam alterações societárias e vinculavam as empresas a laranjas.
Uma das investigadas na operação atuava como despachante junto a órgãos públicos, facilitando a regularização das empresas. Após a reativação, os criminosos inflavam artificialmente o número de vendas de medicamentos gratuitos e subsidiados, recebendo pagamentos do governo sem que os produtos fossem efetivamente entregues aos beneficiários.
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A Polícia Federal segue investigando a estrutura da organização e o possível envolvimento de mais integrantes no esquema.