Brasileiro vence “Nobel” ambiental por estudo sobre Amazônia

Eduardo Brondízio divide prêmio de US$ 250 mil com a ecóloga argentina Sandra Díaz; é a primeira vez que sul-americanos recebem a honraria

Marina Verenicz

Eduardo Brondízio, vencedor do Tyler Prize, considerado o 'Nobel' do meio ambiente - James Vavrek/Divulgação
Eduardo Brondízio, vencedor do Tyler Prize, considerado o 'Nobel' do meio ambiente - James Vavrek/Divulgação

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O antropólogo brasileiro Eduardo Brondízio foi um dos vencedores do Tyler Prize for Environmental Achievement 2025, premiação considerada o “Nobel” do meio ambiente.

Professor da Universidade de Indiana (EUA) e da Unicamp, Brondízio compartilha o prêmio de US$ 250 mil (cerca de R$ 1,49 milhão) com a ecóloga argentina Sandra Díaz. É a primeira vez, em 52 anos, que pesquisadores da América do Sul são contemplados.

Brondízio trabalha há mais de 35 anos com populações da Amazônia e liderou pesquisas que revelaram que mais de 1 milhão de espécies do bioma estão em risco de extinção. Além da atuação direta com comunidades brasileiras, também analisou a situação em outros países.

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Impacto global e segurança alimentar

O cientista é coautor de um estudo publicado na revista Nature, que analisou a produção de alimentos em mais de 180 países. A pesquisa revelou que 200 milhões de empregos foram perdidos no setor desde 1991, com outros 120 milhões em risco até 2030. Pequenos agricultores, comunidades indígenas e trabalhadores rurais de países em desenvolvimento serão os mais afetados.

A organização do Tyler Prize destacou a contribuição de Brondízio para dar visibilidade ao papel da agricultura familiar na segurança alimentar global.

“Sua pesquisa mostrou a importância dos pequenos produtores no abastecimento mundial de alimentos. Além de tornar mais visíveis essas contribuições, ele tem sido uma voz ativa na defesa da preservação de empregos e conhecimento no setor, pedindo investimentos para reduzir a pobreza e a desigualdade”, afirmou a comissão do prêmio.

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Brondízio e Sandra Díaz também trabalharam juntos no comando de um relatório global sobre biodiversidade publicado pelas Nações Unidas, consolidando suas pesquisas como referência mundial no campo ambiental.