Brasil e Índia podem ser mais afetados por medidas de Trump, diz consultoria dos EUA

Se os EUA decidirem aplicar tarifas equivalentes, que combinem tanto as taxas de IVA quanto as tarifas comuns, a Índia (29%) e o Brasil (28%) seriam os mais afetados

Estadão Conteúdo

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A Capital Economics enumerou quais países poderão ser os mais atingidos pela reciprocidade de tarifas anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump nesta quinta-feira, 13. Entre eles, está o Brasil.

Conforme a consultoria, pelas regras de reciprocidade tarifária é preciso considerar não só a média das taxas que outros países aplicam às exportações dos EUA, mas também o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) cobrado sobre essas exportações americanas.

Assim, se os EUA decidirem aplicar tarifas equivalentes, que combinem tanto as taxas de IVA quanto as tarifas comuns, a Índia (29%) e o Brasil (28%) seriam os mais afetados. Eles seriam seguidos por União Europeia (25%), Reino Unido (24%), México (23%) e Canadá (19%), conforme análise da consultoria.

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A medida também traria problemas aos EUA, afirmaram os analistas da Capital Economics. Segundo a consultoria, a tarifa média efetiva sobre todas as importações dos EUA aumentaria de menos de 3%, atualmente, para cerca de 20%. Isso poderia levar a inflação anual no país para até 4% no fim deste ano.

A inflação americana fechou janeiro em 3%, pelo índice anualizado, divulgado na quarta-feira, 12. A meta perseguida pelo Fed (o banco central americano) é de 2% ao ano. Em janeiro, a autoridade monetária dos EUA decidiu interromper os cortes na taxa básica de juros, hoje entre 4,25% e 4,5%, após três reduções seguidas nas reuniões anteriores.

A despeito da alta do índice registrada em janeiro, Trump tem criticado a política de juros do Fed e pediu, mesmo sem poder de decisão, que os juros caiam.