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A semana foi marcada por muita volatilidade em todo o mundo, com destaque principal para as eleições americanas e para o aumento do STF, que balançou os mercados no Brasil.
Por aqui, a ata do Copom foi divulgada na terça (6) pela manhã com comentário sobre a expectativa do Banco Central de que a inflação deve se elevar, atingindo um pico por volta do segundo trimestre de 2019 para depois recuar em direção à meta do próximo ano. Com isso, seguimos sem motivos para alterações na taxa Selic tão cedo (apenas em caso de pressões inflacionárias).
A quarta (7) foi positiva para os mercados internacionais depois que as eleições legislativas americanas terminaram: o partido Republicano (de Donald Trump) conquistou a vitória no Senado, mas não conseguiu obter controle total do Congresso. O resultado foi recebido positivamente pelo mercado, pois confere poder limitado a Donald Trump, em especial no que se refere às medidas fiscais mais amplas que pressionam a inflação e o consequente aumento dos juros. É o início de um novo mandato de Trump.
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Na economia, foi divulgada também na quarta (7) a inflação de outubro (medida pelo IPCA), que mostrou um avanço de 0,45 por cento, valor inferior à nossa expectativa.
Outro fator que movimentou os mercados veio do país de Donald Trump. Os EUA vivem um momento de forte crescimento econômico e baixo desemprego. Tudo muito bom se não fosse o aumento da inflação gerado por essa economia mais forte. Por esse motivo, a notícia de que o Fed deve aumentar os juros por lá azedou os mercados no final da semana.
Na sexta-feira (9), outro fator que deixou o mercado em alerta foi o receio de uma desaceleração da China, fato que azedou os mercados asiáticos.
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E Eu Com Isso?
Em uma semana marcada por muita volatilidade e expectativa por conta das eleições americanas, o mercado brasileiro não seguiu a tendência de crescimento que foi vista na segunda, quando o Ibovespa subiu 1,33.
Mais importante até mesmo que decisão de manter a taxa de juros nos EUA foi o comunicado do Fed que acompanha tal decisão, fato que não agradou os mercados. Além disso, o resultado das eleições legislativas por lá também contribuiu para a volatilidade global.
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Senado aprova reajuste de salário do STF
Após o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB), colocar em pauta o assunto na terça-feira (6), foi aprovado no dia 7 o reajuste 16 por cento nos salários dos ministros do STF. O valor subiu de 33,7 mil para 39,2 mil reais, configurando o teto salarial no funcionalismo público. Parada desde 2016, a considerada “pauta-bomba” entrou de forma sorrateira nos assuntos deliberativos desta quarta e foi votada rapidamente, sendo aprovada por 41 votos a favor e 16 contra.
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Com a medida, é estimado um aumento de gastos entre 4 a 6 bilhões de reais em todos os âmbitos da União. Devido ao efeito cascata do reajuste, os salários de todo o Judiciário (que estão abaixo do STF), como juízes, desembargadores e todos os integrantes do Ministério Público, devem aumentar. Somente o atual presidente, Michel Temer, pode vetar a medida.
E Eu Com Isso?
A medida, além de prejudicar ainda mais a crise fiscal no país, é uma queda de braço direta com o presidente eleito, Jair Bolsonaro. Um dia após a declaração de Paulo Guedes de que o governo precisava dar uma “prensa” no Congresso, Eunício (que não se reelegeu) vota e aprova na surdina uma medida que Bolsonaro se mostrou claramente contra. A articulação rápida para a aprovação contou até com a proatividade de ministros do Supremo e deixa um alerta para o novo governo: o Congresso sabe se organizar para contrariar o Executivo.
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Temer pode vetar a medida, mas já tinha acenado em 2016 que aprovaria o aumento se a contrapartida de reduzir os benefícios extras de magistrados, como o auxílio-moradia, fosse consolidada. O tema ainda será votado no Plenário do STF. De qualquer forma, o reajuste não cabe na atual conjuntura econômica do país e os auxílios deveriam ser cortados de qualquer jeito.
PF Prende Joesley de novo
Na manhã de sexta-feira (09), a Polícia Federal deflagrou uma nova operação que investiga um suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura durante o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Os agentes cumpriram 63 mandados de busca e apreensão nos Rstados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraíba e Mato Grosso, além do Distrito Federal. Entre os presos, está Joesley Batista, dono da JBS e envolvido com a suposta gravação de Michel Temer dando aval para comprar o silêncio do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Além de Joesley, na lista de presos estão: Ricardo Saud (executivo da JBS), Antonio Andrade (vice-governador de Minas), João Magalhães (deputado estadual de MG pelo MDB), Neri Geller (deputado estadual de MT pelo PP), entre outros.
E Eu Com Isso?
Apesar de pouco relevante para o atual cenário político, a operação denota que a Polícia Federal e os outros órgãos responsáveis pela Lava Jato ainda têm diversas frentes de investigação para desmantelar esquemas passados de corrupção nos governos. A ausência de Sérgio Moro na operação não deve afetar o andamento da mesma.
“Midterms” americanas
Na manhã de quarta-feira (07) terminou a divulgação das eleições do meio do mandato presidencial americano, conhecida como “midterms”. Os americanos foram votar para renovar a Câmara, um terço do Senado e mais de 75 por cento dos governos estaduais. Pelos resultados, o Partido Democrata (oposição ao Governo Trump) conquistou a maioria na Câmara após 8 anos. Já no Senado, os republicanos ampliaram a maioria, além de terem evitado derrotas em Estados importantes do país. As eleições do meio de mandato são consideradas um termômetro para o atual governo presidencial. Nessa madrugada, Trump comemorou o resultado.
E Eu Com Isso?
O resultado mais esperado ocorreu, mas a “onda democrata” não veio com a intensidade prevista por alguns analistas. Em outras palavras, já era esperado que o presidente perdesse seu apoio na Câmara dos Representantes e o mantivesse no Senado. No entanto, a surpresa foi a ampliação das cadeiras na Câmara Alta e também a vitória em governos de Estados considerados essenciais para 2020 – ano em que ocorrerá a próxima eleição presidencial. A onda democrata, que buscou impulsionar candidaturas de mulheres e minorias contra Trump, conquistou seu espaço, mas não foi avassaladora. Trump, de olho em 2020, não sai ‘tão mal na fita’ e dará trabalho a quem quiser vencê-lo.
Petrobras (PETR3 e PETR4) – resultado do terceiro trimestre de 2018
Logo antes da abertura dos mercados de terça (6), a Petrobras divulgou os números do terceiro trimestre. O resultado da companhia foi bom e com melhora nas margens, principalmente em função da cotação mais alta do petróleo e do dólar no trimestre.
A receita líquida e o Ebitda vieram dentro do esperado. No entanto, o lucro líquido de 6,6 bilhões de reais foi impactado por item não recorrente (class action).
E Eu Com Isso?
Esperamos impacto positivo no preço das ações (PETR3 e PETR4) no curto prazo.
A receita líquida totalizou 98,3 bilhões de reais no trimestre, alta de 16 por cento em relação ao segundo trimestre e de 37 por cento em relação ao mesmo período de 2017.
Já o Ebitda ajustado totalizou 29,86 bilhões de reais, aumento de 57 por cento em relação ao mesmo período de 2017, a margem melhorou de 27 por cento em 2017 para 30 por cento no trimestre atual.
Na última linha, o lucro líquido somou 6,6 bilhões de reais no trimestre e 23,7 bilhões nos noves primeiros meses de 2018. A expectativa de lucro líquido do mercado era de 9,636 bilhões de reais no trimestre.
O resultado foi impactado negativamente pelos acordos para encerramento das investigações das autoridades norte-americanas (DOJ e SEC) no valor de 3,5 bilhões de reais. Sem considerar este evento não recorrente, o lucro líquido no trimestre teria sido de 10,3 bilhões de reais.
A Petrobras continuou gerando caixa (8,1 bilhões de reais no trimestre) e reduziu o seu nível de alavancagem financeira, com relação dívida líquida/Ebitda caindo de 3,67 vezes em dezembro de 2017 para 2,96 vezes em setembro de 2018. A geração de caixa foi impulsionada pelos seguintes recebimentos: 1,7 bilhão de reais recuperados pela operação Lava Jato e 1,6 bilhão de reais referentes a segunda fase do programa de subvenção do diesel.
Já o endividamento líquido da Petrobras era de 72,9 bilhões de dólares em setembro de 2018, queda de por cento em relação a dezembro de 2017. A venda de ativos pode contribuir para a queda do endividamento ainda em 2018 (ex: Pasadena e TAG).
Acreditamos que a Petrobras deverá alcançar a meta de nível de endividamento: relação dívida líquida/Ebitda de 2,5 vezes no final de 2018.
Destacamos que a cessão onerosa do pré-sal e a possível de venda de participação nas refinarias deve ficar para o próximo presidente eleito, somente em 2019.
Magazine Luiza (MGLU3) – resultado do terceiro trimestre de 2018
A Magazine Luiza divulgou na segunda (05), após o fechamento do pregão, os números do terceiro trimestre. O resultado foi bom e veio acima do esperado em termos de receita líquida e lucro líquido.
O principal destaque positivo ficou com o crescimento das vendas mesmas lojas físicas de 16,3 por centro no período e o forte crescimento de 55 por cento nas vendas de varejo eletrônico. Tais pontos impulsionaram as vendas totais, que cresceram 30 por cento.
Já o destaque negativo ficou com a queda na margem Ebitda. Uma redução de mais de 1 ponto percentual na margem em relação ao mesmo período de 2017.
E Eu Com Isso?
A espectativa era de impacto positivo no preço das ações da Magazine Luiza (MGLU3) no curto prazo, mas o que foi visto na terça-feira foi um movimento de realização de lucros por parte dos investidores. No dia 6, as ações da empresa tiveram a maior queda dentre os papéis do Ibovespa (8,36%).
Devido ao forte crescimento do marketplace, o varejo eletrônico aumentou a sua participação para 36 por cento do total das vendas (GMV) no trimestre (33 por cento no segundo trimestre). A empresa inaugurou 29 novas lojas físicas no trimestre, uma aceleração em comparação com períodos anteriores.
Desta forma, a empresa apresentou forte crescimento da receita líquida, que totalizou 3,7 bilhões reais, aumento de 28,5 por cento em relação ao mesmo período de 2017. A margem bruta foi de 29,7 por cento, queda de 1,2 ponto percentual em relação ao terceiro trimestre de 2017, reflexo do aumento dos gastos relacionados às vendas e também com a logística de entrega.
O Ebitda somou 279 milhões de reais, crescimento de 11,4 por cento em relação ao terceiro trimestre de 2017. A margem Ebitda sofreu uma redução considerável e agora está de 7,6 por cento (8,8 por cento no terceiro trimestre de 2017), reflexo dos maiores gastos com logística, marketing e também em função da maior quantidade de promoções no período.
Na última linha, o lucro líquido da Magazine Luiza somou 119,6 milhões de reais no trimestre.
A companhia obteve um alto retorno sobre o capital investido (ROIC) de 31 por cento no trimestre.
Comgás (CGAS5) – resultado do terceiro trimestre de 2018
A Comgás divulgou na terça (06), após o fechamento do mercado, um bom resultado do terceiro trimestre, acima da expectativa em termos de Ebitda.
Os principais destaques positivos ficaram com o crescimento de 8,5 por cento no volume comercializado de gás, forte geração de caixa e anúncio de pagamento de dividendos (retorno de 6,3 por cento).
E Eu Com Isso?
Esperamos impacto positivo no preço das ações (CGAS5) no curto prazo.
No lado operacional do resultado, o destaque positivo foi o forte crescimento do volume de gás em todos os segmentos: comercial (alta de 13,1 por cento), residencial (alta de 6,7 por cento) e industrial (alta de 7,2 por cento).
Com isso, a receita líquida apresentou forte crescimento de 24,1 por cento em relação ao mesmo período de 2017 e somou 2,46 bilhões de reais, beneficiado, além do aumento do volume, também pelo aumento de tarifas definido em maio de 2018.
As despesas operacionais se mantiveram sob controle, com crescimento de apenas 3,2 por cento no trimestre em relação ao mesmo período de 2017.
Dessa forma, a geração bruta de caixa operacional (medida pelo Ebitda) totalizou 545,6 milhões de reais e superou as expetativas em 5 por cento, com crescimento de 14,4 por cento em relação a 2017 e com margem de 29 por cento.
Na última linha, o lucro líquido (normalizado pela conta corrente regulatória) atingiu 293 milhões de reais, aumento de 36,7 por cento em relação ao mesmo período de 2017.
A geração de caixa atingiu 363 milhões de reais no trimestre. Dessa forma, a Comgás encerrou o trimestre com baixo nível de endividamento, com relação dívida líquida/Ebitda de 0,46 vezes em setembro de 2018. A dívida líquida apresentou queda de 32,4 por cento em 12 meses.
A Comgás anunciou pagamento de dividendos de 457 milhões de reais, o que representa um retorno de dividendos de 6,3 por cento.
A companhia revisou para cima as suas projeções (guidance) em termos de Ebitda e investimentos para 2018. As novas projeções são de 1,925 bilhão de reais para o Ebitda (aumento de 5,8 por cento) e investimentos de 500 milhões de reais (aumento de 5,3 por cento).
B3 (B3SA3) – resultado do terceiro trimestre de 2018
Ontem (08), após o fechamento dos mercados, a B3 divulgou os números do terceiro trimestre. A companhia divulgou um resultado regular e com sinais mistos em relação as nossas expectativas.
Os números operacionais não foram uma grande surpresa. Apesar dos números não tão fortes no terceiro trimestre, os meses de outubro e novembro tem sido de grande volume de negócios nos mercados, volumes que devem permanecer altos no quarto trimestre favorecem o resultado da B3.
E Eu Com Isso?
Esperamos impacto neutro no preço das ações da B3 (B3SA3) no curto prazo.
O resultado operacional foi marcado por sinais mistos, reflexo de um cenário de incertezas políticas que pairou no Brasil de julho a setembro de 2018. O volume médio diário negociado na Bovespa foi de 9,9 bilhões de reais no terceiro trimestre, aumento de 19,1 por cento. Já no segmento BMF, o volume médio negociado de contratos somou 3,0 milhões de reais, uma redução de 4,1 por cento na comparação com o mesmo período de 2017, em função dos menores negócios ligados aos contratos de juros futuros.
Com isso, a receita líquida atingiu 1,3 bilhão de reais, aumento de 8,7 por cento em relação ao mesmo trimestre de 2017 e sem grandes surpresas. As despesas totais ajustadas por itens não recorrentes ficaram praticamente em linha com a previsão (guidance) da companhia.
O Ebitda ajustado por despesas não recorrentes atingiu 779 milhões de reais, aumento de 5,9 por cento por cento em relação a 2017, com margem de 67,4 por cento, uma melhora em relação ao terceiro trimestre que foi de 64,9, no entanto, abaixo dos 77,7 do segundo trimestre deste ano se 2018.
Na última linha do resultado, o lucro líquido somou 613 milhões de reais, número 37,8 por cento maior que no terceiro trimestre de 2017.
A companhia divulgou que está em tratativas para adquirir 75 por cento da BLK Sistemas Financeiros, uma empresa de tecnologia voltada para mercado financeiro. No entanto, os valores da negociação não foram divulgados.
Embraer (EMBR3) – Nova empresa com a Boeing tem aval de Bolsonaro
Jair Bolsonaro afirmou que está de acordo com a nova empresa entre a Embraer e a Boeing, que terá a participação de 80 por cento da Boeing e 20 da Embraer e será focada no segmento de aviação comercial.
E Eu Com Isso?
A notícia é positiva para as ações da Embraer (EMBR3) no curto prazo, visto que a parceria com a Boeing é um dos maiores catalisadores das ações no curto prazo.
O anúncio oficial deverá ocorrer até o início de dezembro, e somente depois de tal anúncio poderá iniciar o processo para aprovação do governo brasileiro. O maior temor para que a operação não ocorresse era que um presidente anti-reformista saísse vitorioso das eleições e fosse contra a operação – no entanto, não foi o que aconteceu.
Para a Boeing, é um ótimo negócio, visto que a empresa entrará no negócio de aviões até 150 passageiros já com uma estrutura e uma expertise no segmento. Para a Embraer, também é um ótimo negócio, visto que a empresa ganhará uma visibilidade internacional com um grande nome de peso e evitará que a própria Boeing vire sua concorrente.
Outro ponto de suma importância é que, com isso, Bolsonaro sinaliza que é a favor das privatizações das estatais.
No alto do pódio
Com o fim de outubro, temos a divulgação do ranking dos investimentos, que nada mais é do que a classificação de qual foram os ativos financeiros com o melhor desempenho no mês. Quem liderou desta vez foi o Tesouro Direto.
Em primeiro lugar, ficou o Tesouro IPCA+ de vencimento em 2045, que segue a inflação e obteve valorização de (incríveis) 19,53 por cento apenas em outubro.
E Eu Com Isso?
Como já temos falado, é possível ter excelentes retornos realizando a gestão ativa do Tesouro. Isto é, a compra e a venda de títulos públicos com a venda antecipada da data de vencimento.