Fundos multimercados voltarão a ser atrativos nos próximos meses, prevê CEO da Kinea

Márcio Verri vê o pior ficando para trás, com “janelas” positivas à frente para o investidor

Augusto Diniz

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A Kinea foi a grande vencedora do Prêmio Outliers Infomoney, entregue no último dia 6. Além de Melhor Gestora do Ano, recebeu mais outras seis premiações em diferentes categorias.

Márcio Verri, CEO da gestora, analisando os fundos multimercados, diz que “quando começar a limpar as janelas piores de um ano atrás, a gente vai começar a ver em março e abril janelas de fundos multimercados muito bonitas”.

Verri e Flávio Cagno, gestor de fundos CRI e CRA da Kinea Investimentos, participaram do episódio 152 do programa Outliers InfoMoney, com apresentação de Clara Sodré, analista de fundos da XP, e Fabiano Cintra, head de análise de fundos da XP.

Rentabilidade

“O investidor gosta muito de olhar janela de rentabilidade”, ressaltou o CEO. Para ele, no segmento multimercado, o país tem gestores “excepcionais”, que devem demonstrar sua capacidade ao longo dos próximos anos.

O executivo da Kinea diz esperar que o CDI vá 14,25%. “Isso, em fundos de baixa volatilidade, vai estar rendendo 16% (ao ano)”, ressalta.

“Fundos de alta volatilidade, performando mais do que eles já estão performando, de seis a oito meses para cá, eles vão estar imprimindo na tabela de rentabilidade retornos de 20% a 22%”, avalia.

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“E aí vai ser bastante atrativo para os clientes retornarem a esses fundos. Acho que ao longo dos próximos meses a gente vai ter uma migração (dos investidores) para os fundos multimercados”, afirma.

Sobre a Selic, ele lembra que no memorando de constituição da Kinea, em 2007, citava-se que as taxas de juros reais eram muito altas, mas que elas iriam cair, com as pessoas alocando recursos em investimentos alternativos.

“Se for pensar nas taxas de juros hoje, elas estão mais altas do que em 2007 e a gente teve que sobreviver nesse mercado”, pontua.

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“Quando a gente olha a competição na indústria de multimercados desde 2007, são pouquíssimas gestoras que estão até aqui hoje”, diz.

Saída de recursos

Ele reconhece que nos últimos dois anos houve retração bastante grande dos fundos multimercados.

“Tiveram alguns fatores para que isso acontecesse. O primeiro foi o fator de performance, que teve uma queda maior do que o cliente estava imaginando, ocorrendo uma saída de recursos”, afirma.

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O segundo fator, segundo Márcio Verri, foi a saída de clientes privates dos fundos exclusivos, que acabaram atingindo os fundos multimercados. Muitos dos clientes privates foram para outros ativos isentos, CDBs de bancos, entre outros.