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Entre planilhas e treinos, funcionária de private equity busca medalha em Paris-2024

Olivia Coffey, associada sênior do One Equity Partners, vai representar os EUA nas competições de remo feminino em Paris

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Funcionários de fundos de private equity frequentam regularmente uma academia no subsolo do prédio 510 Madison Avenue, em Manhattan. Entre eles está uma atleta se preparando para vestir as cores vermelho, branco e azul em sua segunda Olimpíada.

Conheça Olivia Coffey, uma associada sênior da One Equity Partners, que vai representar a equipe dos EUA nas competições de remo feminino, categoria oito, na próxima semana. Seu melhor tempo pessoal em um ergômetro, ou máquina de remo indoor, em 2 quilômetros é de 6 minutos e 36 segundos.

Falando à Bloomberg News de Erba, no norte da Itália, onde os remadores dos EUA treinaram antes de viajar para Paris no início deste mês, Coffey, de 35 anos, explicou como traçou uma carreira na indústria de gestão de ativos alternativos enquanto remava atrás de seus sonhos na raia.

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Depois de se formar em Harvard em 2011, Coffey foi contratada para um cargo administrativo One Equity Partners. Seus pais treinaram com o fundador da empresa, Dick Cashin — ele e seu pai, Cal, competiram pelos EUA nas Olimpíadas de Montreal de 1976 (o Coffey mais velho ganhou a medalha de prata).

No início de sua carreira, Coffey não foi selecionada para as Olimpíadas de Londres 2012 e foi reserva nos Jogos do Rio 2016. Ela trabalhou na equipe de pesquisa e avaliações da empresa e remava enquanto cursava MBA na Universidade de Cambridge, graduando-se em 2018.

Naquele ano, após vencer o campeonato mundial em Plovdiv, Bulgária, Coffey retomou o trabalho na One Equity Partners e mirou uma vaga na equipe olímpica — um esforço que foi recompensado com uma vaga no oito feminino, que ficou em quarto lugar nas Olimpíadas de Tóquio, adiadas pela Covid.

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“Remando para Paris”

“Foi uma sensação realmente horrível sair sem alcançar meu objetivo final”, disse ela. “Eu estava pronta para parar de remar, mas percebi que minha vida não estava equilibrada, parecia que algo estava faltando”, disse Coffey.

Ela retomou os treinos na academia do subsolo do escritório, participou de aulas de CrossFit e começou a treinar com uma equipe que se comunicava por um grupo do WhatsApp chamado apropriadamente de “Remando para Paris”.

Coffey, que vive entre Princeton, New Jersey, o bairro do Upper West Side de Manhattan e Watkins Glen, no interior de Nova York, e passou o último inverno em Sarasota, Flórida, realiza de 14 a 15 sessões de exercícios por semana.

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Acordando às 5h30 todas as manhãs, ela passa cerca de duas horas na água remando de 20 a 30 quilômetros, e durante as tardes, ela passa cerca de 90 minutos em outra atividade de cardio ou cross-training, seja correndo ou pedalando — às vezes no Central Park — ou na máquina de remo ou levantando pesos.

“Geralmente atinjo 250 quilômetros por semana, ou 40 a 50 quilômetros por dia”, disse Coffey, que raramente bebe álcool quando está treinando. “Eu como uma tonelada de carboidratos — coisas como biscoitos e bebidas doces, que não são ótimas para mim a longo prazo”, diz ela.

“Quando não estou treinando, estou me recuperando ou trabalhando”, acrescenta Coffey, que tenta sempre estar na cama às 22h.

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Como parte de seu trabalho na One Equity Partners, Coffey faz parte do conselho da Dragonfly Financial Technologies, uma plataforma de banco digital, e é observadora do conselho da Montgomery Transport, uma operadora de transporte de cargas, além da empresa de recrutamento Prime Time Healthcare.

A flexibilidade da One Equity Partners permitiu que Coffey desenvolvesse sua agenda de trabalho em torno de seu treinamento. “Sou grata, a empresa não poderia ter sido mais solidária”, disse ela. “Me sinto muito sortuda por ter equipes de negócios compreensivas e colegas que podem acomodar minha agenda.”

Devido aos seus compromissos com o remo, Coffey não está sujeita ao que ela descreve como uma clássica semana de trabalho de 80 horas. “Trabalho o máximo que posso dentro dos limites do treinamento”, explica Coffey, que geralmente começa a trabalhar entre 9h30 e 10h todas as manhãs. Durante o outono americano, quando estava treinando intensamente antes das provas da equipe em março, ela teve semanas de trabalho médias de 40 horas. Na preparação para Paris, esse número foi reduzido pela metade, para cerca de 20 horas, enquanto ela se concentra na gestão de portfólio e opta por não iniciar novos negócios.

Atletas olímpicos por toda parte

O Comitê Olímpico dos EUA dá aos remadores uma ajuda de custo de US$ 1.000 a US$ 2.000 por mês, além de plano de saúde, que muitos atletas complementam com um trabalho em tempo integral, disse Coffey, que em um dia normal, pode alternar entre trabalhar em um modelo financeiro no Microsoft Excel e uma apresentação de conselho.

Em seu cargo, ela lida com tudo, desde originação até due diligence e negociação de termos de um acordo de crédito, e ela especialmente gosta de conhecer fundadores de empresas.

“Eu sei como é ser super apaixonada e a quantidade de sacrifício e perseverança que leva para colocar tudo o que você tem em algo”, disse Coffey. “Eles amam o que fazem.”

Ela será apoiada em Paris por sua família, incluindo seumarido Michael Blomquist, diretor-gerente na corretora de financiamento de projetos de energia renovável Open Energy Group, que fez camisetas azuis com “Go Liv!” para sua torcida. Blomquist entende muito bem a motivação de Coffey — ele deixou o Morgan Stanley para se focar na classificação para uma vaga na equipe olímpica dos EUA em Londres 2012.

Também estarão lá Jamie Koven, um parceiro da One Equity Partners, co-presidente da National Rowing Foundation e ex-remador olímpico, tendo competido nas Olimpíadas de 1996 e 2000 em Atlanta e Sydney, respectivamente.

Koven e Cashin não são os únicos colegas de trabalho que competiram nas Olimpíadas. O conselheiro sênior Fritz Hobbs, os parceiros Charlie Cole, Matthew Hughes, Ante Kusurin e o associado Jack Lopas remaram em Olimpíadas anteriores. Outro conselheiro é Mario Ancic, um ex-tenista profissional que ganhou uma medalha de bronze nos Jogos de Atenas 2004.

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