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Assessores 60+ ganham espaço no mercado com muita experiência – e bons resultados

Conhecimento e habilidades interpessoais fazem diferença na trajetória dos profissionais mais experientes

Wellington Carvalho

Rubem Daniel Duek, assessor de investimentos na Farol Capital (Farol Capital/Divulgação)
Rubem Daniel Duek, assessor de investimentos na Farol Capital (Farol Capital/Divulgação)

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Os profissionais com 60 anos ou mais são minoria nas assessorias de investimentos, área em franca expansão no Brasil. Mas a valorização e, principalmente, o desempenho destes profissionais têm chamado a atenção do mercado e a participação desta faixa etária tem tudo para crescer no segmento.

O carioca Rubem Daniel Duek, que mora em São Paulo há 31 anos, é um exemplo de profissional sênior que tem se destacado. Antes de ingressar no mercado financeiro, dedicou a vida inteira à área de Tecnologia da Informação e à paixão pelas motocicletas.

“Todo sábado ainda me reúno com amigos e fazemos um bate volta em cidades próximas que ainda não conhecemos. Já rodamos mais de 70 mil quilômetros em São Paulo, além de outras viagens para o sul do País”, relata. “Em setembro, já estamos planejando uma viagem para Minas Gerais”, revela.

A disposição de Duek na estrada só não é maior do que a que demonstra na Farol Capital, escritório de investimentos em que trabalha desde agosto do ano passado. Apesar do pouco tempo, os números mostram que ele acelera mesmo longe da sua big trail Tiger.

“A minha meta de captação para 2024 era R$ 20 milhões e, em seis meses, já consegui alcançar este valor”, comemora. “É preciso de um pouco de sorte porque as coisas vão aparecendo, mas você também tem de estar preparado para agarrar as oportunidades”, reflete.

Rubem Daniel Duek, assessor de investimentos na Farol Capital em viagem ao Atacama (ARG) – Arquivo pessoal

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Participação dos 60+ no mercado

De acordo com dados da ANCORD (Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias), os assessores com mais de 56 anos representam apenas oito por cento do mercado – dominado pela faixa etária entre 26 e 45 anos.

Fonte: Ancord

A participação dos profissionais 60+, porém, destoa da procura dos escritórios por este perfil de colaborador, sinaliza Carlos Varella, sócio e fundador da Rio Investimentos.

“Pode até não ser um superespecialista em finanças, mas ele oferece exatamente o que o cliente e o mercado exigem, ou seja, credibilidade e confiança”, opina. “Claro que o sucesso deste profissional vai depender também das suas habilidades, do que desenvolveu ao longo da vida”, explica.

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Entre os profissionais da casa, está a psicóloga Paula Guedes, de 64 anos, que utiliza as habilidades que já possuía para um melhor atendimento aos clientes, além de aproveitar o contato com os colegas mais jovens.

“É uma via de mão dupla onde eu aprendo e também me sinto orgulhosa de passar um pouco da minha experiência”, relata. “Como psicóloga, também tenho facilidade de escutar o cliente, observar suas demandas e dores, estabelecer contatos mais duradouros e tudo isso ajuda na rotina do escritório”, pontua.

Paula Guedes, da Rio Investimentos (Rio Investimentos/Divulgação)

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Em linha com o discurso de Paula Guedes, Ana Carla Guimarães, diretora de executive search na consultoria Robert Half, vê no conhecimento técnico e habilidades interpessoais fatores cruciais para o sucesso do público 60+ na área de assessoria de investimentos.

“Esses profissionais trazem uma bagagem que pode ser transformada em conselhos valiosos para os clientes”, confirma. “A capacidade de construir e manter relacionamentos sólidos é crucial, e empatia, comunicação clara e habilidades de negociação são fundamentais para o sucesso”, completa.

Ela destaca ainda o networking (rede de contatos) como um ativo importante do profissional mais experiente – que não está livre dos desafios, pondera a especialista. 

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“Um deles é o preconceito etário que, embora esteja diminuindo, ainda pode ser uma barreira”, observa. “Nesse sentido, é fundamental usar a experiência, sabedoria e habilidade para lidar de forma empática com clientes e colegas”, sugere.

Habilidade, sabedoria e experiência que parecem sobrar para Duek, que minimiza a discussão sobre idade e prefere focar no que realmente importa.

“Eu tenho 59 anos, mas meu espírito é de 30 e está em aprendizado constante, o que elimina a discussão sobre idade”, reflete o assessor da Farol Capital. “Quando você respeita as pessoas pelo que são e pelo que podem agregar em termos de conhecimento, tudo fica mais fácil”, completa.

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.