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A desafiadora tarefa de diversificar internacionalmente a carteira do brasileiro

Ruy Ribeiro, professor do Insper e PhD em finanças pela Universidade de Chicago, defende diversificação internacional do portfólio de cliente

Augusto Diniz

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Estudo recente do J.P. Morgan aponta que 98% dos investimentos dos brasileiros estão concentrados em ativos locais. A preferência por aquilo que é conhecido e familiar, porém, pode resultar em uma alocação desequilibrada, alerta o relatório.

Diante dos números e do potencial problema, a tarefa do assessor de investimentos na busca pela diversificação internacional do portfólio do cliente se torna muito mais relevante – e desafiadora.

“O assunto, às vezes, é tratado de forma secundária”, diz Ruy Ribeiro, professor e coordenador do Centro de Finanças e Macroeconomia no Insper, com PhD em Finanças pela Universidade de Chicago. “O Brasil “é muito pequeno do ponto de vista de investimento para ignorarmos outros países”, completa.

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Em 2023, por exemplo, o estoque combinado de títulos públicos emitidos pelo Tesouro dos Estados Unidos e títulos corporativos norte-americanos totalizou US$ 43 trilhões, de acordo com o relatório do J.P. Morgan. No mesmo período, a combinação dos títulos públicos brasileiros e aqueles emitidos por empresas nacionais somou US$ 2 trilhões. 

Fonte: J.P Morgan

Ribeiro reconhece que os investimentos dos norte-americanos também estão concentrados em ativos do país. No entanto, ele lembra que lá há uma variedade muito maior de opções de diversificação para o investidor do que em outras regiões, como o Brasil.

“A Europa também é um mercado muito mais aberto. Eles têm países menores e sempre consideram investir fora”, pontua o economista. “E eles olham para os Estados Unidos como uma alternativa de investimento natural”, destaca.

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Composição setorial

Ribeiro explica que, quando se diversifica o portfólio lá fora, abre-se a porta para exposição a setores e mercados diferentes. “Quando se compara Estados Unidos com Brasil, a gente tem uma composição setorial totalmente diferente na Bolsa. Cada um desses elementos acaba trazendo um valor”, analisa.

Ainda segunda dados do J.P. Morgan, a representatividade do Brasil no PIB global está na casa dos 2%.

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Além da representatividade, Ribeiro ainda vê um risco cambial no Brasil muito alto. “Se quiser ter um poder de compra futuro em reais, é melhor investir fora do que investir no próprio Brasil”, afirma.

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O professor do Insper lembra ainda que a diversificação internacional do portfólio que defende é completa, ou seja, não necessariamente focada só no mercado acionário.

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“Também consideraria em um contexto de portfólio completo a diversificação no mercado de crédito e mesmo em títulos de governos de outros países”, sugere.