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SÃO PAULO – A dona da Puma avaliou a venda da fabricante de roupas esportivas alemã. Os esforços para recuperar a marca se arrastam pelo quinto ano, segundo fontes com conhecimento do assunto.
No início do ano, a Kering, que também é proprietária da Gucci, entrou em contato com potenciais compradores para medir o interesse na marca, disseram as fontes, que pediram anonimato porque as conversas são privadas. Foram abordados fundos soberanos de riqueza do Oriente Médio, como o do Catar, e investidores asiáticos, disseram as fontes.
As discussões ainda não chegaram a uma proposta de aquisição e não está claro se a empresa sediada em Paris ainda buscará vender a marca, disseram as fontes. Representantes da Kering, da Puma e do Catar preferiram não comentar.
A Kering adquiriu o controle da Puma em 2007 e possui cerca de 86% da fabricante de materiais esportivos. Com uma avaliação de mercado de cerca de 2,5 bilhões de euros (US$ 3,1 bilhões), baseada nas ações negociadas remanescentes, a Puma está reformulando os calçados esportivos e ampliando o marketing com o objetivo de reorientar o posicionamento da empresa em torno dos equipamentos de desempenho.
A Kering também está realizando mudanças na Gucci, onde os dois mais altos executivos estão deixando o cargo em meio a um crescimento vacilante.
Em abril, o presidente do conselho da Kering, François-Henri Pinault, disse que estava convencido de que a empresa deveria ter uma divisão de esportes e estilo de vida, que só seria expandida depois que ele fortalecesse a Puma.
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Mario Ortelli, analista da Sanford C. Bernstein, é cético a respeito da Kering ser dona de uma fabricante de produtos esportivos, que tem margens muito mais baixas do que o setor de produtos de luxo. Concorrentes como a Adidas e a Nike são muito maiores do que a Puma, o que significa que elas podem investir mais em marketing e em desenvolvimento de produtos, disse ele.
A Puma, conhecida pelo logotipo de um felino saltando, neste quarto trimestre revelou sua campanha publicitária “Forever Faster”, apresentando atletas como o corredor Usain Bolt e o jogador de futebol Mario Balotelli, que ajudou a aumentar a venda de calçados pela primeira vez em sete trimestres.
O orçamento publicitário da marca e os acordos de patrocínio, inclusive com o Arsenal, equipe da Premier League inglesa, estão reduzindo seus lucros, que em 2014 poderão ser de menos de metade do total registrado há uma década, segundo estimativas de analistas.