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BRASÍLIA – O governo autorizou a retomada a plena carga da transmissão de energia elétrica de outras regiões para o Nordeste, disse à Reuters nesta quarta-feira o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
Em setembro, após um apagão no Nordeste causado pela queda de duas linhas de transmissão, o governo decidiu reduzir a transmissão de energia para o Nordeste de 3,8 mil megawatts (MW) para cerca de 2,7 mil MW, para evitar os riscos de uma nova queda de linha afetar o abastecimento na região.
“Já autorizamos a retomar a transmissão ao Nordeste a plena carga. Como isso vai ocorrer, fica a cargo do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)”, afirmou o ministro.
A retomada da transmissão plena ao Nordeste ocorre em um momento em que os reservatórios das hidrelétricas da região estão em um dos níveis mais baixos dos últimos anos, com pouco mais de 23 por cento da capacidade, gerando preocupações sobre a oferta de energia elétrica.
Lobão disse que não será necessário ligar mais termelétricas e assegurou que não há riscos quanto à capacidade de fornecimento de energia no país.
“Fecharemos o ano com cerca de 8 mil MW novos, dos quais precisaríamos de apenas 4 mil MW”, disse.
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O ministro afirmou ainda que o governo já está concluindo um “pente fino” nas instalações de transmissão do Brasil, iniciado há cerca de um ano após uma série de apagões causados por problemas nessas estruturas.
Segundo Lobão, de 70 a 80 por cento desse trabalho está pronto e, até o momento, não se detectaram grandes problemas que possam exigir investimentos expressivos.
Belo Monte
O ministro demonstrou preocupação com as seguidas paralisações na obra da hidrelétrica de Belo Monte (PA), causadas por ações na Justiça e protestos no canteiro de obras contra a construção da usina.
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Segundo Lobão, o governo recomendou aos responsáveis pela obra da hidrelétrica que coloquem mais operários trabalhando no canteiro, para evitar atrasos no projeto.
Maior usina em construção do Brasil com 11,2 mil megawatts de potência, Belo Monte é objeto de contestação, principalmente de comunidades indígenas e de organizações não-governamentais que criticam seus impactos sociais e ambientais.