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SAO PAULO – Desde que Dilma Rousseff assumiu a presidência do Brasil, o Ibovespa já teve uma perda real de 37,7% – o terceiro pior desempenho entre os presidentes desde que o Ibovespa foi criado, em 1967 – atrás apenas de José Sarney e Ernesto Geisel, mostra um estudo da gestora Mint Capital. Os números são deflacionados pelo IGP-DI e depois pelo IPCA. Se levar em conta o CAGR (Retorno Composto Anual) negativo em 14,6%, Dilma só perde de Sarney.
O hoje senador por Amapá, Sarney – conhecido pela sua “dinastia” no Maranhão – viu a bolsa despencar 77,4% durante os 4 anos e 11 meses em que permaneceu na presidência. Isso garante um CAGR de 26,2% negativos durante o período, enquanto a queda composta de Dilma é de 14,6% por ano. Geisel, que ficou 5 anos no governo, viu a bolsa cair 50,7%, garantindo um CAGR de 13,2%.
Coincidentemente, esses foram os únicos três presidentes que levaram a uma queda do Ibovespa desde que o índice foi criado. Entre os presidentes, Fernando Collor, que renunciou no final de 1992 com apenas 2 anos e 9 meses de mandato, viu a bolsa disparar 316,6%, cerca de 66,7% anuais, de acordo com o CAGR calculado pela Mint. Lula teve o segundo melhor desempenho total, já que após 8 anos no governo, a bolsa subiu 292,5%, cerca de 18,6% por ano.
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Em termos comparativos, porém, Itamar Franco fica na segunda colocação. Na época em que ele presidiu o Brasil – no começo do plano Real, que venceu a inflação -, viu a bolsa subir 145,1% nos 2 anos em que ele comandou o Palácio do Planalto. Seu sucessor, Fernando Henrique Cardoso, responsável pelo Plano Real, viu a bolsa subir apenas 29% durante seus 8 anos, cerca de 3,2% por ano.
O fim da ditadura militar foi comemorada no mercado também, com alta de 153% entre março de 1979 e 1985 – período em que o presidente era João Figueiredo, cerca de 16,7% por ano. Emílio Garrastazu Médici, que governou por 4 anos e 4 meses entre 1969 e 1974, viu a bolsa subir 36,1%, cerca de 7,3% por ano.
Presidente | Mandato | Retorno Ibovespa | CAGR |
Emílio Médici | 30/10/1969 até 14/03/1974 | 36,1% | 7,3% |
Ernesto Geisel | 15/03/1974 até 14/03/1979 | -50,7% | -13,2% |
João Figueiredo | 15/03/1979 até 14/03/1985 | 153,0% | 16,7% |
José Sarney | 21/04/1985 até 14/03/1990 | -77,4% | -26,2% |
Fernando Collor | 15/03/1990 até 28/12/1992 | 316,6% | 66,7% |
Itamar Franco | 29/12/1992 até 31/12/1994 | 145,1% | 56,4% |
Fernando Henrique Cardoso | 01/01/1995 até 31/12/2002 | 29,0% | 3,2% |
Luiz Inácio Lula da Silva | 01/01/2003 até 31/12/2010 | 292,5% | 18,6% |
Dilma Rousseff | 01/01/2011 até 31/12/2013 | -37,7% | -14,6% |
Total | 30/10/1969 até 31/12/2013 | 1.113,3% | 5,8% |