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SÃO PAULO – Nesta manhã, a Polícia Federal deflagrou a ação Politeia da Operação Lava Jato, tendo como alvo políticos investigados. Entre os alvos dos mandados de busca e apreensão estão o presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), Fernando Collor de Mello (PTB-AL), Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) e Eduardo da Fone (PP-PE).
De acordo com informações do jornal Bom dia Brasil, da Rede Globo, a Polícia Federal cumpre mandado de busca e apreensão em Maceió, Alagoas, na casa do filho do senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL), Arnon de Mello. Collor é um dos políticos investigados na Lava Jato.
Os agentes da PF também cumpriram mandado no prédio da TV Gazeta na capital alagoana, que tem Collor como um dos principais acionistas. Os federais estão realizando buscas na sede da OAM, no bairro do Farol, onde funciona a TV e jornal Gazeta; para lá foram sete agentes da PF, além do superintendente do órgão, o delegado André Costa, e um procurador da República.. Outra equipe está no edíficio The Square, na Jatiúca, onde funciona a TV Mar, também pertencente ao grupo de Collor.
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Fernando Collor está sendo investigado no âmbito da Operação Lava Jato e a suspeita sobre ele foi remetida ao Supremo Tribunal Federal pelo juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Fernando Moro, após a Polícia Federal identificar comprovantes bancários que mostravam depósitos feitos pelo doleiro Alberto Youssef, no valor de R$ 50 mil, na conta do senador. De acordo com a PF, o repasse foi dividido em oito depósitos em espécie: R$ 1.500, R$ 9 mil, R$ 1.500, R$ 9 mil, R$ 8 mil, R$ 9 mil, R$ 8 mil e R$ 4 mil.
Os mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal referem-se a seis processos instaurados a partir de provas obtidas na Operação Lava Jato e estão sendo cumpridos, além de Alagoas, em Brasília, Bahia, Pernambuco, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo. As buscas fazem parte de uma nova operação, batizada de Politeia, e “ocorrem na residência de investigados, em seus endereços funcionais, sedes de empresas, em escritórios de advocacia e órgãos públicos”, com o objetivo de evitar a destruição de provas. Os investigados, na medida de suas participações, respondem a crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, fraude a licitação, organização criminosa, entre outros”.
Outro citado na delação do empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC, foi o senador e presidente do PP Ciro Nogueira (PI), que também foi alvo da nova fase da Operação. O empreiteiro conta que pagou R$ 20 milhões a Collor entre 2010 e 2012, e R$ 2 milhões a Nogueira, tudo em troca do poder dos senadores sobre negócios envolvendo a BR Distribuidora. Conforme informou o jornal Folha de S. Paulo, a polícia cumpre, nesta terça, 53 mandados de busca e apreensão, sendo 12 no Distrito Federal, 11 na Bahia, 8 em Pernambuco, 7 em alagoas, 5 em Santa Catarina, 5 no Rio e 5 em São Paulo. Os procedimentos ocorrem nas residências, endereços funcionais, sedes de empresas, escritórios de advocacia e órgãos públicos.
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Em contraponto à nova operação da PF, o advogado de Ciro, Antonio Carlos de Almeida Castro, diz que a busca era desnecessária, ressaltando que o senador havia se colocado à disposição das investigações e oferecido seus sigilos. “Infelizmente, no Brasil de hoje, os atos invasivos passam a ser regra”, teria dito, conforme destacou a reportagem do jornal paulista.